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Região


Os desafios dos 100 primeiros dias da nova gestão em Piranga

Luiz Helvécio conta como está colocando a casa em ordem e os planos de investir no turismo local




Luisinho pretende fortalecer o produtor rural e os comerciantes em parcerias com a Emater e Senac

A décima quinta semana do especial “Desbravando o Paraopeba” desembarca em Piranga, para conversar com o prefeito Luiz Helvécio Silva de Araújo (PMN), Luizinho. Após os 100 primeiros dias de governo, ele conta como foi encontrar uma prefeitura desorganizada e com muito trabalho a ser feito. Com foco em fortalecer o produtor rural, gerar emprego e renda para a população e fortalecer o turismo, Luizinho investe em uma gestão equilibrada, que gasta o que tem. Esse material foi realizado em parceria entre Jornal CORREIO, CORREIO Online e Estrada Real FM. Confira a entrevista completa, com exclusividade para o Jornal CORREIO.

Quais foram os desafios nesses 100 primeiros dias de governo e qual o balanço pode ser feito desse período?

O desafio maior foi encontrar uma prefeitura desorganizada, com maquinário destruído, estradas intransitáveis, ruas esburacadas, praças abandonadas. Imagine um lugar que tenha passado um tsunami, foi a Piranga que eu recebi. Então, colocar a casa em ordem está sendo um desafio. Porque na verdade, nesses primeiros meses, eu só consertei para depois podermos avançar. Para você ter noção, a última máquina consertada está chegando hoje. Com administração pública é difícil, você precisa de processos licitatórios, tudo se torna muito lento. Mas já conseguimos andar. Desde o dia 5 de janeiro todos os postos de saúde estão funcionando. Isso é uma novidade. Nós organizamos as férias dos profissionais e mantivemos os postos em atendimento. Estamos andando em todas as áreas. O balanço que faço desses 100 primeiros dias é positivo. É um governo que trabalha, que quer transformar Piranga em um lugar melhor para todos. Governar é um desafio muito grande. Eu farei o possível para não decepcionar a população que acreditou em mim, que acreditou na mudança e que Piranga precisava viver um novo tempo.

Quais são as metas para o curto, médio e logo prazos?       

De curto prazo são as estradas e melhor atendimento na saúde.  A médio prazo é a questão da educação. Não se faz educação do dia para a noite, temos muito que caminhar para melhorar o Ideb da nossa cidade. A questão do emprego e renda também. Piranga terá um frigorífico, uma obra de empresa privada. Apostamos muito nesse empreendimento para gerar emprego para os piranguenses. A longo prazo, quero deixar uma cidade muito mais próspera e bonita do que recebi. Temos o potencial turístico, nossa região é muito bonita. Não posso competir com Ouro Preto, Mariana em termos de casario, mas possuimos uma natureza privilegiada, temos o rio que também pode ser utilizado. Temos o Santuário de Bacalhau, que lugar nenhum tem. Vamos investir no turismo, mostrar Piranga para Minas, para o Brasil.

Qual é a situação financeira do município e o que a sua gestão tem feito para otimizar os recursos?

A situação financeira é boa. Tenho feito as coisas corretamente. Sou honesto por excelência, entrei na política sem nenhum processo. Não tenho nenhum processo na minha vida e, se Deus quiser, vou sair da prefeitura sem nenhum processo. Temos usado o equilíbrio financeiro, não gastamos mais do que arrecadamos. Temos que poupar para fazer os investimentos.

Qual é a base da economia da cidade? O que será feito para fomentar esse setor?

Nós somos um município muito rural. Temos quase 18mil habitantes, dois terços da população ainda vivem na zona rural. Então a base da economia é o leite, carvão e porco. Temos uma parceria boa com a Emater e precisamos melhorar nosso rebanho, valorizar o produtor rural. Estamos contratando veterinários, apesar da cidade ser agrária, não tem um profissional para atender os pequenos produtores. As outras atividades dependem muito de estrada, por isso o foco é sempre estrada. É por onde sai a produção. Estamos privilegiando dessa forma.

Que outras atividades são promissoras e podem ser melhor exploradas para gerar emprego e renda?

Estamos fazendo uma parceria com o Sebrae, na Sala Mineira do Em­preendedor, uma novidade, para citar nosso comércio. Aqui também se vive muito de serviços, não temos indústrias até hoje. Precisamos de um melhor atendimento, os comerciantes precisam saber empreender. Penso que essa parceria com o Sebrae vai ser bem interessante.

Como a pandemia tem afetado a sua cidade?

Como em qualquer lugar. Afeta tudo, comerciantes, empresários, a vida das pessoas. É uma questão terrível. Hoje mesmo [30 de abril] tivemos um óbito, uma senhora da zona rural. O vigésimo óbito. A pandemia tem nos atingido. Estamos com 25 casos ativos e 294 confirmados. Contratamos funcionários para o combate a Covid-19, temos assistente social que tem distribuído cestas básicas e tem feito um trabalho social remoto. Temos falado sempre da necessidade do uso de máscara, do álcool, do distanciamento social. Eu não sou negacionista. Acho que a doença é muito séria, não temos vacina até hoje como gostaríamos.

É possível que, nos próximos meses, as aulas presenciais sejam retomadas. A rede municipal está preparada? Como?

A rede municipal está preparada, mas acho que o Brasil não está preparado. Como antigo Secretário de Educação, acho temerário falar em volta à escola. Essa é minha opinião pessoal. Em Piranga não é sistema. O sistema educacional gere. Nós não, dependemos das diretrizes da Superintendência Regional de Ensino em Lafaiete. Então, se a Superintendência falar que vai abrir, vai abrir. Mas, a minha opinião é que não deveria. Sei que o ensino remoto é uma tragédia, mas a tragédia maior é morrer. Penso também que as universidades deveriam voltar primeiro com os adultos; já com as crianças, é mais complicado. As professoras estão fazendo o ensino remoto, as escolas estão em condição para comprar álcool em gel e máscara. Mas a questão é muito mais do que isso.

Como tem sido a gestão da pandemia na sua cidade?

Abrimos o centro de Covid-19, com médicos, enfermeiros, técnicos, que só atendem pacientes sintomáticos. Se você está com sintomas, você não vai para o posto de saúde, você vai para o centro de Covid-19. Temos os fiscais conscientizando as pessoas em geral e os comerciantes da necessidade de fazer os protocolos. A vacinação em Piranga é muito organizada. As pessoas são comunicadas por mensagem ou com a visita do agente de saúde para avisar quando será o dia da vacina. Os agentes pedem para chegar no horário, nem antes e nem depois, para evitar aglomeração. Estamos tendo muito cuidado com as pessoas. Penso que a vacinação tem ocorrido bem. Temos áreas quilombolas que foram vacinadas, a partir de 18 anos. Temos gerido a pandemia da forma possível, porque realmente há falta de vacinas. Estamos participando do consórcio. Piranga se habilitou, mandamos o projeto para a Câmara. Mas não temos certeza de que a vacina vai chegar. Nos habilitamos antes de Belo Horizonte, assim que nos foi comunicado.

Gestão acredita que Piranga tem potencial forte para o turismo e pretende mostrar isso para o resto do país

Conheça Piranga

Com pouco mais de 17 mil habitantes, encontra-se Piranga, localizada na Zona da Mata mineira, a 68km de Lafaiete. Com construções históricas da época do ciclo do ouro, a cidade se destaca pelas belas paisagens naturais com cachoeiras e o famoso rio Piranga, descoberto pelos bandeirantes no século XVII.

Um ponto turístico imperdível é o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos do Bacalhau, patrimônio tombado por sua importância cultural na região. De acordo com a história, uma imagem do Senhor Bom Jesus foi encontrada próxima ao Rio Bacalhau, afluente do Piranga. Mesmo sendo levada várias vezes para uma das capelas, a imagem sempre amanhecia na colina onde foi encontrada. Os moradores decidiram, então, construir uma igreja no local.

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Acompanhe na próxima edição do Jornal CORREIO a entrevista com o prefeito de Presidente Bernardes, Olívio Quintão Vidigal Neto (PSDB), Olivinho.




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Postado por Frances Elen, no dia 12/05/2021 - 12:49


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