Prefeito Paulo (PMN) terá muito trabalho pela frente para tirar o município do vermelho
A quarta semana do especial “Desbravando o Paraopeba” vai em direção a Catas Altas da Noruega, entrevistar o prefeito eleito Paulo Ladislau Batista (PMN). Em um primeiro momento, a situação do município é muito delicada, com três milhões de reais em dívidas e 20 cheques sem fundos, herdados da administração anterior. Para sair do vermelho e conseguir verbas de órgãos federais, a gestão atual está enxugando gastos e vê na agricultura uma fonte de renda e empregos para a população. Esse material é fruto da parceria entre Jornal CORREIO, CORREIO Online e Estrada Real FM. Confira a entrevista completa, com exclusividade para o Jornal CORREIO.
Por que se candidatar a prefeito?
É um sonho que já vem há vários anos. Nós sempre tivemos preocupação em buscar uma cidade melhor, buscar uma vida melhor para esse povo. Sempre pensamos em chegar na prefeitura e, desta vez, procuramos união com os grupos políticos da cidade para somar e ganhar as eleições. Tivemos na campanha nosso braço direito, que foi a escolha do Jarbas Marcelino como vice-prefeito da nossa chapa. A união do grupo e de partidos políticos foi fundamental para a eleição.
Como foi a transição do governo?
Praticamente não teve, porque as informações que nossa equipe de transição precisava no momento, foram muito pouco repassadas. Não foi de uma maneira muito correta.
Como foi feita a escolha do seu secretariado?
Nós escolhemos na base técnica. Procurando colocar as pessoas que entendessem do assunto em cada área. Na Saúde, procuramos colocar pessoas que entendem mais de saúde, na parte interna, procuramos colocar pessoas que já tinham experiência, como nossa contadora que já trabalha há 16 anos em Santana dos Montes, e em Itaverava nos últimos quatro anos. E assim por diante. Procuramos colocar as pessoas com mais prática e experiência em cada área.
Já foi possível se inteirar da real situação financeira do município?
Aos poucos, os problemas estão chegando. O município hoje está muito endividado. Recebemos, praticamente, quase três milhões em dívidas. O equipamento todo sucateado, os carros sem pneu, duas retroescavadeiras e a patrol, quebradas, caminhões com problemas, no chassi e motor fundido. E assim por diante, muito difícil para trabalhar. Os funcionários estão sem receber o décimo terceiro do mês de dezembro, o INSS de novembro e dezembro sem pagar, além de várias outras dívidas, algumas que foram contabilizadas, outras não. A título de exemplo, temos um consórcio de Saúde, CISAP, que está inviabilizando o atendimento da atual gestão porque tem um alto valor de dívida. Além do mais, tomamos ciência de que a gestão anterior emitiu 20 cheques sem fundos, e isso está travando a retirada de folhas de cheque para pagar os funcionários. O Banco do Brasil não irá emitir nenhum talão para o município sem antes resolver essa questão. Cheque sem fundos é uma prática criminosa, inclusive. Administração pública não pode fazer isso. Ao emitir uma ordem de pagamento, ela tem que ter garantia de que existe esse saldo em conta. É uma situação gravíssima. Sobre a frota sucateada que recebemos, vamos viabilizar um leilão desses bens inservíveis. A administração anterior conseguiu 21 mata-burros na SETOP, em 2018, assentaram em locais totalmente diferentes e deixaram seis para fazer. Nosso município está bloqueado porque eles não assentaram onde havia sido feito o projeto. Estamos tentando legalizar para desbloquear a cidade. Estamos bloqueados também no Cagec e no Cadin, que inviabiliza a firmação de acordos com o governo federal para angariar recursos. Já estamos viabilizando a prestação de contas necessárias para liberação do município.
Quais são os maiores desafios que o senhor e sua equipe irão encarar já no começo desta gestão?
Devido às dívidas, o desafio é colocar a casa em ordem e fazer um trabalho diferente. Estamos lutando, economizando, trabalhando com seriedade e muita honestidade frente à coisa pública. Na base da economia, estamos nos esforçando para fazer sobrar o pouco do fundo de participação que entra no município, para começar a construir algumas obras na cidade.
Cheques sem fundos e frota sucateada foram notícias em Catas Altas
Qual é a sua maior meta para estes próximos 4 anos?
Procurar fazer um trabalho em que a economia vai fazer a diferença lá na frente, para sobrar recursos para trabalhar no município. Buscar, junto aos deputados e governador, recursos para tocar a cidade. Vários setores exigirão nosso empenho. A agricultura, por exemplo, temos que dar mais apoio para que nosso pessoal possa produzir, ficar aqui trabalhando e, assim, conseguir uma renda para viver.
Qual é a base da economia da cidade? O que será feito para fomentar esse setor?
A base é o carvão vegetal, no momento. Existe o leite, que é tirado aqui, mas a fonte maior é o carvão. Vamos procurar dar apoio, criar viveiro de mudas para incentivar o pessoal a produzir. Assim com a agricultura, também. Mais na frente, quando conseguirmos máquinas, daremos apoio para que o pessoal produza mais. Queremos investir na cultura e turismo também. Vamos acompanhar junto com a secretaria, para que isso traga visitantes e renda para cá. Estamos conversando com os deputados para trazer empresas para trabalhar no município, também. Mas isso não depende só de nós, não é fácil. Estamos aguardando a ajuda de companheiros para solucionar esse problema.
Existe alguma obra ou projeto parado que deve ser retomado durante a sua gestão?
Tem o projeto de uma creche que estamos buscando orientações para colocar na realidade. Fizeram o pedido da creche e a documentação está parada, mas estamos olhando para começar essa obra assim que o governo federal liberar os recursos.
A cidade estuda a possibilidade de realizar algum concurso público? Em caso positivo, há algum planejamento de quando isso deve acontecer?
Sim, estamos aguardando uma audiência com a promotora para tomar as decisões. Devemos fazer um concurso, pois o município é pequeno e a demanda de emprego é muito grande, então, o melhor caminho é o concurso. Ainda não temos previsão, vamos aguardar as ordens da promotoria para organizar a situação primeiro.
O que os moradores podem esperar da sua administração?
Podem esperar muito trabalho, sinceridade, honestidade. Estamos 24 horas ligado ao povo, procurando fazer o melhor dentro das condições do nosso município. Vamos trabalhar muito. Estamos viabilizando o site do município e estou o tempo inteiro em contato direto com o povo. O portal da transparência já está ativo com contracheque e processos licitatórios online, além de divulgar as ações do município no site da prefeitura. É interesse do município divulgar essas ações para todos.
Conheça Catas Altas da Noruega
O Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora das Graças é um dos cartões postais da cidade
Catas Altas da Noruega é um município mineiro, localizado a aproximadamente 40km de Conselheiro Lafaiete. O caminho mais rápido é pela BR-482, passando pela estrada da UNIPAC. Com uma população estimada em cinco mil habitantes, o município faz parte do circuito de cidades históricas da Estrada Real e conta com museus e igrejas para visitação.
Acompanhe na próxima edição do Jornal CORREIO a entrevista com o prefeito reeleito de Entre Rios de Minas, José Walter Resende (PSB).
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Postado por Frances Elen, no dia 24/02/2021 - 16:24