Muitas vezes, os transtornos alimentares causam sentimentos fortes, como desejo excessivo, vergonha, culpa e ódio. Sabemos que comemos, ou deixamos de comer, não só pelo que a comida representa, mas muito pelo que pensamos ou sentimos diante dela. O ato de comer é sempre mediado por questões emocionais e cognitivas que nos remetem às crenças, memórias, sensações, afetos e também expectativas. Por este motivo, o psicólogo está, ou deveria estar, sempre presente em uma equipe multidisciplinar destinada a cuidar de pessoas que sentem alguma perturbação relacionada à alimentação.
Os transtornos alimentares são, em geral, quadros graves, que geram muito impacto na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares. Portanto, o profissional de psicologia deve atuar sempre respaldado por protocolos atuais e baseados em evidências científicas que representem as melhores e mais confiáveis práticas e condutas de tratamento. Vistas de fora, algumas características dos transtornos alimentares são difíceis de detectar. Admitir para si mesmo que precisa de ajuda é o primeiro passo no caminho da recuperação – e isso requer coragem, porque o próprio reconhecimento do problema pode estar associado a vergonha ou culpa.
A psicoterapia é necessária para quem quer mudar seu relacionamento com a comida e com o corpo. Outra frente de atuação do psicólogo, nestes quadros, refere-se ao trabalho junto aos familiares, que chegam para o tratamento precisando de apoio e orientação. Após anos de convívio com a doença, as famílias, muitas vezes, sentem-se culpadas ou até já se adaptaram aos rituais alimentares disfuncionais dos pacientes e envolveram-se em dinâmicas que também podem estar funcionando como mantenedoras dos transtornos. O tratamento é uma oportunidade de melhora desses padrões.
Esse suporte pode ajudar a criar mudanças duradouras que permitem uma vida mais saudável. O psicólogo ajuda o paciente a formar novas formas de lidar consigo mesmo, com suas emoções e sentimentos, trabalhando juntos para desenvolver habilidades e estratégias para manter mudanças positivas no processo de restauração de relacionamentos saudáveis e satisfatórios com a comida e com o corpo.
Sentimentos de inadequação, autoestima negativa, imagem corporal negativa, culpa, entre outros casos, podem ser reduzidos com ajuda da psicoterapia. Vale destacar que a intervenção do psicólogo visa ainda a resgatar os sentimentos de confiança, competência pessoal e esperança de melhora, através de um vínculo terapêutico empático, cuidadoso e profissional. Por fim, em última análise, a psicologia pode permitir que uma pessoa realize seus próprios recursos para superar suas dificuldades.
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Escrito por Renata Assis, no dia 12/01/2021