Os alimentos termogênicos tem a finalidade de acelerar o metabolismo por meio de estímulos para o aumento da atividade do sistema nervoso simpático. São classificados como tais algumas frutas, verduras, café, chás, especiarias e ervas, incluindo alecrim, pimentão, aipo, hortelã, soja, pimenta, brócolis, chá verde, canela e gengibre. Alguns fitoquímicos presentes nesses alimentos causam este efeito termogênico e, em alguns casos, o aumento da oxidação de lipídeos.
A quantidade de ingestão é um ponto crucial para obter resultado desejado: perda de peso, visto que a administração em dosagem menor não faz efeito algum, por outro lado uma dosagem superior torna-se toxica. Em alguns casos o consumo do fitoquímico isolado torna-se mais interessante pois a dosagem por via alimentar gera um volume alto dificultando o consumo.
Evidencias científicas executadas em 19 indivíduos adultos saudáveis, com idades entre 18 a 50 anos e com índice de massa corporal (IMC) entre 20 a 30 kg/m2 classificados entre peso adequado, sobrepeso e obesos, estudou a suplementação de 2,6 mg de capsaicina (substancia presente na pimenta) nas três principais refeições. Foi identificado que a capsaicina tem efeito termogênico, devido ao aumento da oxidação de lipídeos, além de não promover alteração na pressão arterial.
Uma pesquisa realizada com 25 homens saudáveis que utilizaram 20g de gengibre, com o intuito de avaliar a capacidade termogenica, mostrou que esse alimento é ineficaz quanto a termogênese e a saciedade. Portanto, são necessários mais estudos para avaliar os efeitos do gengibre sobre a termogênese.
A canela também tem sido classificada como termogênica, entretanto existem poucos estudos que comprovam esta informação. Pesquisas com animais evidenciaram o benefício da canela na melhora da sensibilidade à insulina, redução da glicemia de jejum, do colesterol LDL. Um estudo em humanos pré-diabéticos em uso de canela revelou diminuição da glicemia de jejum e gordura corporal. Este resultado também pode ser explicado pela melhora da tolerância à glicose e precisa ser melhor investigado.
A cafeína ganhou grande espaço no mercado por corroborar comprovadamente sobre o efeito termogênico na dose de 600 mg, o equivalente a cinco xícaras de chá de café, podendo aumentar o metabolismo de 5% a 8% durante as primeiras 24 horas de ingestão. Entretanto, o consumo excessivo de cafeína pode produzir efeitos prejudiciais no sono, dor de cabeça e hiperatividade. Indivíduos com gastrite ou úlcera gastrointestinal devem evitar a ingestão de café, uma vez que a bebida leva ao aumento da produção de ácido gástrico, resultando em irritação da mucosa. Em relação às doenças cardiovasculares, o efeito da cafeína no aumento da pressão arterial e da dislipidemia ainda apresenta resultados inconclusivos.
O chá verde também foi evidenciado com ação termogênica, porém, a dose necessária para obter este efeito é variável.
Ervas e especiarias, alecrim, hortelã, pimenta, gengibre, canela, alho, cebola, salsinha, cebolinha e outros temperos naturais são muito úteis na elaboração de preparações culinárias, visto que potencializam o sabor, diminuindo ou mesmo eliminando a necessidade de adição de sal. Já as bebidas como café e chás, são opções de ingestão de líquidos que fazem parte do hábito alimentar da população brasileira e podem fazer parte de uma alimentação saudável desde que sem a adição de açúcar.
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Escrito por Graziele Mendes, no dia 20/08/2020
Nutricionista pós-graduada em Nutrição Clínica e Esportiva
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