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Graziele Mendes


Tratamento nutricional pode diminuir os sintomas da Síndrome do Ovário Policístico (SOP)



 

A síndrome do ovário policísticos (SOP) é a alteração endócrina e disfunção ovariana mais comum em mulheres antes da menopausa. Ela ocorre quando os ovários possuem vários cistos pequenos. Devido a alteração na produção de andrógenos, mulheres com SOP apresentam maior probabilidade de desenvolver diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e carcinoma endometrial.

A obesidade  está diretamente associada com essa síndrome e piora o estado de saúde. Entre os sinais da SOP, destacam-se ausência de menstruação (mínimo 3 meses), excesso de hormônios masculinos, acne e pelos na face.

As concentrações séricas de testosterona e androstenediona em mulheres com SOP chegam a ser duas vezes maiores em relação as mulheres sem a síndrome. A produção excessiva de testosterona justifica as alterações no ciclo menstrual, pelos na face e acne. A maioria das mulheres com SOP possuem maior concentração de gordura visceral justificando os riscos para doença cardiovascular.

Diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento de SOP, entre eles: idade, peso, poluentes ambientais, estresse e dieta.

A SOP pode ser tratada com mudanças no estilo de vida associadas ou não a um tratamento medicamentoso. A perda de peso feita através de uma dieta equilibrada e atividade física trás benefícios em relação ao perfil lipídico, redução dos níveis de androgênios circulantes, aumento da fertilidade e menores taxas de aborto espontâneo.

O tratamento nutricional  atua no reestabelecimento de todos os desequilíbrios funcionais envolvidos na síndrome.

Uma dieta pobre em fibras pode comprometer a saúde gastrointestinal potencializando a ação de enzimas produzidas pelas bactérias intestinais, o que levará ao aumento da reabsorção dos hormônios esteroides.

A bebida alcoólica é um grande vilão. De acordo com evidencias científicas, o consumo crônico de bebida alcoólica pode causar alterações do ciclo menstrual, anovulação e disfunção do período fértil, menopausa precoce, infertilidade e redução na liberação de hormônios FSH e LH.

Uma alimentação rica em proteína pode propiciar a produção de testosterona e ser prejudicial para aquelas com probabilidade para o desenvolvimento de SOP. Entretanto em mulheres que já possuem a SOP, a ingestão de proteínas e a restrição de carboidratos de alto índice glicêmico pode ser aliada para redução do peso corporal e concomitantemente melhorar as alterações associadas com a síndrome.

A ingestão alimentar de alimentos que favorecem a inflamação (rica em gordura saturada e carboidratos de alto índice glicêmico) leva a diversos desequilíbrios no controle de fome-saciedade. Sendo assim, a dieta deve ser repleta de alimentos anti-inflamatórios, composta por vegetais, gorduras boas e antioxidantes.

O hortelã deve ser inserido no consumo diário, visto que estudos realizados em 2010 identificaram que o consumo de duas xícaras de chá de hortelã diariamente, durante um mês, promoveu efeitos antiandrogênicos, favorecendo a redução dos níveis de testosterona, em mulheres com SOP. Além disso, esse chá possui propriedades para auxiliar no tratamento de hirsurtismo (crescimento de pelos).

O ômega 3 também deve ser ingerido diariamente, pois é capaz de prevenir o desenvolvimento da resistência a insulina. Os ácidos graxos monoinsaturados também podem ter efeito benéfico na sensibilidade à insulina, com é o caso do azeite e das oleaginosas. Por outro lado as gorduras trans (presente no sorvete, biscoitos recheados, manteiga) levam a um aumento das concentrações de insulina, independentemente da quantidade ingerida.

O alto consumo de açúcar estão associadas a altos níveis de insulina de jejum. O controle do índice glicêmico também é importante, já que dietas de baixo índice glicêmico levam a uma melhor sensibilidade à insulina nos adipócitos.

A vitamina E, presente em carnes, ovos, castanhas, óleo de milho, pode ter efeito protetor. Outras vitaminas que também podem melhorar a sensibilidade deste hormônio são a vitamina C,  presente em acerola, goiaba, kiwi, morango, laranja, pimentão, brócolis, couve-de-bruxelas, goji berry, cranberry, caju e vitamina D: carnes, peixes e frutos do mar (salmão, sardinha, mariscos), ovo, leite, fígado, queijos e cogumelos

Alguns minerais estão diretamente relacionados com a melhora da resistência a insulina, entre eles: magnésio encontrado em: uva, banana e abacate; grãos e derivados como a granola, gérmen de trigo e aveia; sementes e nozes como gergelim, amendoim, girassol castanha e amendoim, além de leite, soja, grão de bico, pão, peixes, batata, beterraba, couve e espinafre.  Zinco (ostras, camarão, carne bovina, frango, peixe, fígado, gérmen de trigo, grãos integrais, castanhas, cereais, legumes e tubérculos.  E cromo, fontes alimentares: Carnes, frango e frutos do mar, ovos, leite e derivados, grãos integrais (aveia, linhaça e chia), alimentos integrais (arroz e pão), uva, maçã, laranja, espinafre, brócolis, alho,  tomate, feijão, soja e milho.

 

 



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Escrito por Graziele Mendes, no dia 07/08/2020

Graziele das Graças T. Mendes


Nutricionista pós-graduada em Nutrição Clínica e Esportiva

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