A tireoide é uma glândula que fica na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como “pomo de Adão” ou gogó. Mas apesar de seu tamanho médio ser de 15 ml (o que dá menos da metade de um copinho de café descartável), seus hormônios controlam como cada célula do corpo gasta energia – o chamado metabolismo. E é por isso saber se seu funcionamento estar correto é tão importante. “Hipotireoidismo e hipertireoidismo são doenças relacionadas com o hormônio TSH (hipofisário), que regula a produção dos hormônios T3 / T4 (tireoideanos). O TSH age como se fosse um interruptor: quando faltam T3 e T4 no sangue, o TSH sobe (fica “ligado”) e, com isso tenta normalizar os níveis destes hormônios. De forma inversa, quando T3 e T4 estão elevados no sangue, o TSH fica “desligado” e seus níveis no sangue caem”, explica a nutricionista Amanda de Oliveira.
Com essa desregulação hormonal, o nosso corpo sente. Quem possui hipotireoidismo apresenta sintomas, como: fadiga, fraqueza, intolerância ao frio, desaceleração dos batimentos cardíacos, perda do apetite, rouquidão, fala lenta, alteração de memória, lentidão de reflexos, anemia, palidez, cansaço crônico, dificuldade para engravidar, sonolência excessiva, inchaço, mixedema (infiltração edematosa em todo o corpo), aumento da língua, surdez, depressão, dor nas juntas, intestino preso, menstruação irregular, pele seca e áspera, queda de cabelo, ganho de peso sem justificativa e aumento do colesterol no sangue.
Já quando há um aumento na tiroide (hipertireoidismo), a pessoa pode apresentar sintomas como: hiperatividade, irritabilidade, insônia, ansiedade, intolerância ao calor, pele quente e suada, queda de cabelos, aceleração dos batimentos cardíacos, palpitações, nervosismo, mãos trêmulas e suadas, perda de peso, cansaço ao exercício, coceira no corpo, sede e poliúria (aumento do volume urinário), trânsito intestinal acelerado (aumento do número de defecações), redução ou suspensão da menstruação, perda da libido, disfunção erétil, náusea e mal-estar gástrico.
Ajuda da Nutrição
De acordo com Amanda Oliveira, além de seguir o tratamento indicado pelo médico, é possível buscar na nutrição um caminho para lidar com a doença. “A nutrição atua de maneira a diminuir processos inflamatórios gerados pelo hipotireoidismo, ajuda no gerenciamento da imunidade, modulação intestinal, melhora funcional da tireoide, controle da disbiose, melhora da absorção de nutrientes, controle do aporte calórico a ser ingerido (promovendo controle do peso) e prevenção de outras doenças inflamatórias associadas (diabetes, obesidade, dislipidemia). Podem ser recomendado o uso de prebiótico e probiótico, a modulação dos minerais que controlam a tireoide e a melhora do processo de detox hepática, por meio de antioxidantes, o que, consequente, melhora do quadro de estresse oxidativo”, lista.
Neste caso, há alguns cuidados que precisam ser tomados: “Pacientes com hipotireoidismo devem controlar os níveis de colesterol no sangue, evitando o consumo de gorduras e excesso de carboidrato e açúcares, e ingerir alimentos fonte de complexo B, legumes, abacates, laranjas, couve, aspargos, espinafres, couve-flor, gérmen de trigo, carne magra, ovos. Devem aumentar o consumo de alimentos fonte de ômega 3, como sardinha, salmão, linhaça, ovo e até mesmo suplementação. Chás, como dente-de-leão e centelha asiática, também podem ser úteis, assim como o uso de ervas, como alecrim, manjericão, cebolinha, salsinha, páprica, orégano e de especiarias (açafrão da terra, pimenta preta do reino e canela)”, detalha a nutricionista. No hipotireoidismo, é permitodo ingerir vegetais verdes, o que desmistifica a antiga premissa de que poderia haver alteração nos hormônios tireoideanos. “O estudo na época foi feito com o consumo de 1kg destes vegetais e com brócolis sendo consumido cru. Ninguém come 1 kg de vegetal. Logo, a dietoterapia inclui os vegetais verdes e as hortaliças brássicas”, acrescenta Amanda Oliveira.
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Escrito por Amanda Oliveira, no dia 26/08/2019
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