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Feminicídios aumentam, e denúncias de violência doméstica mais que dobram em Minas



Foto: Pixabay

 

Minas Gerais registrou um aumento alarmante nas mortes violentas de mulheres em 2023, com crescimento de 3% em relação ao ano anterior. De acordo com o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho, o número de mulheres assassinadas no estado chegou a 506 no ano passado, sendo 183 vítimas de feminicídio – assassinatos motivados por razões de gênero.

Um dado que chama atenção no levantamento é o aumento no número de mulheres com medidas protetivas que foram mortas. Em 2023, 27 mulheres que tinham uma medida de urgência ativa perderam a vida em Minas, representando 14% das vítimas de feminicídio no estado, acima da média nacional de 12,7%. O fato de que essas medidas, criadas para proteger, não impediram a tragédia evidencia as falhas no sistema de proteção e apoio às mulheres em situação de risco.

No cenário nacional, os feminicídios aumentaram 0,8%, resultando em 1.467 mulheres mortas em 2023. A maioria dessas mortes ocorreu no ambiente doméstico: 64,3% das vítimas foram assassinadas em casa, sendo 63% delas mortas por seus parceiros íntimos e 21,2% pelos ex-companheiros.

A violência doméstica continua sendo uma preocupação central. O anuário revela um crescimento explosivo nas denúncias de violência doméstica em Minas Gerais. O Disque 190 da Polícia Militar foi acionado 69.259 vezes em 2023, mais que o dobro do registrado em 2022, quando houve 31.908 denúncias. Esse aumento de 117,1% reflete tanto a gravidade da situação quanto uma maior disposição das vítimas em buscar ajuda.

Além das denúncias de violência doméstica, as ameaças também cresceram, subindo 10,1%, enquanto os casos de perseguição dispararam 39,5%, passando de 3.126 registros em 2022 para 4.358 no ano passado. Esses crimes, frequentemente vistos como precursoras de agressões físicas e feminicídios, demonstram o quão insidioso é o ciclo da violência contra as mulheres.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o aumento nos casos de feminicídio e violência doméstica pode estar relacionado a uma reação aos avanços nos direitos das mulheres e na igualdade de gênero. Conforme as mulheres buscam autonomia e igualdade, a violência pode ser uma resposta retrógrada, uma tentativa de restaurar um controle que se vê ameaçado.

O cenário atual expõe a necessidade urgente de medidas mais eficazes de proteção e prevenção, além de um suporte mais robusto às vítimas de violência. Se as medidas protetivas, que deveriam resguardar essas mulheres, estão falhando, é imprescindível uma revisão profunda dos sistemas de resposta e segurança.

Minas Gerais se destaca negativamente em relação ao número de vítimas com medidas protetivas, e o aumento nas denúncias de violência doméstica mostra que o problema é grave e contínuo. A conscientização e o combate a essa violência são, mais do que nunca, uma prioridade. A luta pela vida e dignidade das mulheres não pode esperar.

fonte: O Tempo




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Postado por Nathália Coelho, no dia 13/10/2024 - 10:13


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