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Na última semana, dois casos trágicos de mortes súbitas ganharam destaque no noticiário de Minas Gerais, trazendo à tona a importância da conscientização sobre a saúde cardiovascular, especialmente entre os jovens. Na terça-feira, 13 de agosto, Luciana Xavier Oliveira, uma médica de 26 anos, faleceu subitamente enquanto utilizava uma esteira em uma academia na Região Leste de Belo Horizonte. No dia seguinte, em Montes Claros, no Norte do estado, o adolescente Arthur Fernandes da Costa, de 15 anos, morreu após passar mal durante uma partida de futebol, sofrendo três paradas cardiorrespiratórias.
Essas mortes, ocorridas em situações aparentemente cotidianas, ressaltam a prevalência e a gravidade das doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no mundo e responsáveis por quase um terço dos óbitos no Brasil. Infarto e acidente vascular cerebral (AVC) são as principais causas, mas, ainda assim, muitos desconhecem os fatores de risco cardíaco básicos e não controlam adequadamente as condições diagnosticadas.
No caso de Luciana, a causa exata da morte ainda está sendo investigada. Há incerteza se a jovem sofreu um mal súbito que a levou a cair da esteira ou se tropeçou e bateu a cabeça, levando à fatalidade. Carlos Miranda, conselheiro-geral de Comunicação da Sociedade Brasileira de Cardiologia e especialista em arritmias, explica que apenas a perícia poderá confirmar a causa do óbito. “Pode ter sido uma arritmia ou alguma alteração estrutural do coração que já existia. A confirmação só virá com a investigação adequada,” afirma.
O especialista destaca a importância de uma avaliação médica prévia para qualquer pessoa que deseje praticar exercícios físicos intensos ou participar de competições. A análise clínica, especialmente em pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas, é essencial para identificar possíveis riscos. “Verificamos se há morte precoce na família e, a partir daí, direcionamos para a realização ou não de outros exames,” orienta Carlos Miranda.
Embora a morte súbita seja mais prevalente em adultos, especialmente a partir dos 35 anos, os recentes casos envolvendo jovens destacam a necessidade de rastreamento e cuidado em qualquer idade. Para adolescentes, o rastreamento inicial deve ser feito por um pediatra, com especial atenção ao histórico familiar.
“Ao investigar o histórico familiar de doenças cardiovasculares, podemos identificar a necessidade de um acompanhamento mais específico com um cardiologista,” reforça Carlos.
É importante diferenciar entre mal súbito e morte súbita. O mal súbito, ou síncope, é quando o indivíduo perde a consciência por causas variadas, como queda de pressão ou arritmias, mas se recupera espontaneamente. Já na morte súbita, o indivíduo não se recupera sozinho, sendo necessárias manobras de ressuscitação cardiopulmonar.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte feminina no Brasil e no mundo, superando até mesmo o câncer. As mulheres enfrentam riscos adicionais, como fatores específicos do gênero, que as tornam mais vulneráveis. Embora seja difícil generalizar sobre a prevalência de mal súbito entre os sexos, a doença coronariana manifestada pelo infarto é a principal causa de morte súbita em adultos a partir dos 35 anos, predominando entre os homens.
Apesar dos riscos, Carlos Miranda reforça que a prática de exercícios físicos é fundamental para a prevenção de doenças cardiovasculares e para a saúde mental. No entanto, é crucial que as pessoas estejam atentas à sua saúde cardíaca, especialmente aqueles com histórico familiar de morte súbita precoce. “Eventos como esses devem servir de alerta para medidas de prevenção e para a importância de campanhas educativas sobre rastreamento de casos familiares,” conclui o especialista.
fonte: Estado de Minas
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Postado por Nathália Coelho, no dia 20/08/2024 - 19:20