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Comunidade


Faturamento despenca e Hospital São Camilo pede para voltar à sua sede

Espaço hoje é ocupado pelo Hospital de Campanha; situação já teria provocado 25 demissões




 

Com uma dívida na casa dos R$777 mil e queda brusca no faturamento, o Hospital São Camilo vive mais um momento financeiro complicadíssimo em sua história. A situação foi detalhada em uma notificação enviada ao prefeito Mário Marcus (DEM) e cientificada à Comissão de Saúde da Câmara Municipal. No documento, Associação Beneficente alega ter atingido o limite financeiro e técnico para dar continuidade às suas atividades e solicita ao município o retorno à sua sede ou designação para outro espaço: “Solicitamos que o município socorra o Hospital  financeira e estruturalmente, posto que o mesmo se encontra nessas condições em decorrência da requisição administrativa que o retirou da sua sede para ali instalar  o Hospital Municipal de Campanha, que ajuda a todos, exceto o tradicional hospital São Camilo”, assevera.  A situação teve início quando o HSC teve seu atendimento deslocado para uma ala no Hospital Queluz. “Fomos obrigados, por força de requisição administrativa, a nos instalar em um local onde somente podemos atender 13 pacientes e não podemos fazer cirurgias via SUS, convênios ou particulares. Também não podemos fazer atendimentos de consultas e/ou internações pela via de convênios ou particular, pois falta ao local em que estamos instalados infraestrutura e condições mínimas sanitárias, tudo conforme já noticiado anteriormente”, detalha. Matemática desfavorável  No documento, o São Camilo apresenta detalhes financeiros das suas atividades. Um comparativo entre janeiro de 2020 e de 2021 aponta para a redução de 90% no volume de cirurgias. Já os atendimentos foram de 634 no primeiro mês do ano passado para 74 este ano. Essa queda na demanda mexeu com o quadro de funcionários. Mesmo antecipando férias e se valendo das possibilidades abertas elo governo federal, o HSC relata ter feito 25 demissões (e quitado os valores devidos) reduzindo o número de funcionários para 31, sem os quais o funcionamento não seria possível. Novas contratações terão que ser feitas na volta à normalidade. “Tínhamos disponíveis para uso 50 leitos e bloco cirúrgico, para atender ao SUS, convênios e particulares, conforme planilha que demonstra a responsabilidade financeira desta gestão. Assumimos a administração do Hospital, em setembro de 2019, com uma dívida aproximada de R$1,6 milhão e conseguimos reduzi-la para aproximadamente R$800 mil”. O São Camilo alega, ainda, que não teve opção, a não ser aceitar a transferência de suas dependências: “Na última tratativa, nos foi dito que ‘ou aceitam ir para o Queluz em acordo ou o Município vai requisitar’. Não aceitamos, visto que, o Município fez a requisição”. Essas imposições, que afetaram negativamente as finanças do hospital, não teriam parado por aí: “Mesmo sem espaço adequado, continuamos recebendo pacientes, inclusive aqueles encaminhados pela Policlínica Municipal. Alguns que evoluem para casos de covid, conforme é de conhecimento da Secretaria Municipal de Saúde e da Vigilância Epidemiológica. No início deste ano, não tivemos outra opção, a não ser assinar o POA que nos obriga a manter 10 leitos SUS de atendimento ao Município, que nos retira um potencial faturamento que poderia nos ajudar nessa calamitosa situação financeira”. A decisão de abrir mão de manter em dia os compromissos assumidos junto às instituições financeiras possibilitou que a folha de pagamento fosse mantida em dia, mas essa decisão, segundo os cálculos do HSC, não se sustenta por mais de 60 dias: “É preciso que o município avalie, com urgência, essa situação e a possibilidade de retorno para a nossa sede ou a designação de um outro espaço, onde possamos exercer nossas atividades com um pouco mais de dignidade e condições de tentar melhorar o faturamento do hospital para retornar aos parâmetros que tínhamos antes da requisição administrativa”, frisa.

 




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Postado por Clara Maria, no dia 01/03/2021 - 18:21


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