Morando no Rio de Janeiro há 15 anos, Glauce Guima já atuou em 22 peças e tem em seu currículo trabalhos como produtora, roteirista e diretora
O talento lafaietense foi destaque no Army em Ação. Promovido pela Army Agency, o concurso recebeu a inscrição de 1.400 trabalhos – entre eles, o vídeo de Glauce Guima. A atriz passou pelo crivo de um júri de peso, formado por profissionais do Rio de Janeiro e São Paulo, para ser reconhecida com o 1º lugar. Sua atuação foi muito elogiada e comparada a de Cacilda Becker e Glauce Rocha, duas atrizes que fizeram história no Brasil.
No vídeo de 1 minuto, Glauce Guima trouxe um trecho de "Poema de Canção sobre a Esperança", de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa). “Eu me inscrevi nesse festival porque vi que havia jurados de São Paulo. A ideia é que esses produtores de elenco paulistas conhecessem meu trabalho, principalmente Cecília Homem de Melo, da O2, produtora de cinema muito forte com sede lá. Meu objetivo foi alcançado! Agora é torcer pra que o mercado confie em mim”, conta.
Primeiros passos
Glauce Guimarães Dias descobriu cedo seu amor pela arte. Primero, veio o balé: “Mas eu sonhei muito grande; queria ser bailarina do Kirov. Imagina...”. E enquanto ainda acalentava esse sonho, na Academia Movimentos, ela passou a flertar com o teatro. “Meu irmão, Juarez Guimarães Dias, hoje diretor, dramaturgo, professor na UFMG, começou a fazer teatro com Marco Antônio Cruz e se tornou meu primeiro professor. Foi em um curso livre de teatro, que ele ministrou na Academia Movimentos. Além de apaixonada pelo balé, eu me apaixonei pelo teatro. Quando fiz 16, caí na real de que estar no Kirov não seria possível. Então, fui me formar em Artes Cênicas na UFMG e seguir a carreira de atriz. Vim para o Rio assim que me formei e aqui estou”, relembra.
Desde a sua chegada à capital carioca passaram-se 15 anos de muito trabalho e aperfeiçoamento: “Atuei em 22 peças. Tive contato com Augusto Boal, trabalhei com Domingos Oliveira, Bruce Gomlevsky, Eduardo Wotzik, que são nomes de peso aqui no Rio”, conta. Mas para chegar a atuar em peças deles, seu trampolim foi ser assistente de direção, que é quem organiza os ensaios, media o diálogo entre o diretor e o elenco, bate texto com os atores, quem faz praticamente tudo que precisa ser feito para que o ensaio corra bem. “Como eu sempre produzi minhas próprias peças, esses diretores acabavam indo assistir, por amizade. Eles gostaram do meu trabalho como atriz e começaram a surgir os primeiros convites para atuar em produções que não eram minhas”, detalha.
Novas oportunidades
O prêmio da Army Agency vem em um bom momento, quando as produções adiadas por conta da pandemia começam a sair das gavetas. “O mercado está se reaquecendo. Tomara que surja algum trabalho legal no audiovisual. Eu me inscrevi com o objetivo de ampliar minha entrada nesse setor, mas não quer dizer que isso vá acontecer já, ou daqui a uns meses, ou ano. É sempre um mistério”, explica Glauce Guima, que segue firme em seus trabalhos: “Atualmente, estou atuando em três projetos de teatro online, produzindo outro para atuar em teatro presencial, dirigindo uma web série cujo roteiro é meu e dirigindo um documentário. Ah! E organizando um festival de teatro e música em espaço aberto”, lista.
Mesmo em meio a essa efervescência, a lafaientense também volta seus olhos para sua cidade natal: “Moro no Rio, mas sou de Lafaiete e minha família é toda daí. Amo essa cidade e os lafaietenses. Outro dia mesmo eu estava pensando... quantos artistas incríveis temos em Lafaiete! Da nova e da antiga geração. É uma terra muito rica. Tenho planos para Lafaiete, tenho um projeto em andamento com jovens daí. Estamos planejando. Morar no Rio é interessante, as oportunidades são outras, mas é muito mais importante não abandonar nossas raízes”, finaliza.
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Postado por Fernando Baeta, no dia 27/02/2021 - 13:37