A medida faz parte da terceira e última versão da base nacional curricular, entregue pela pasta ao Conselho Nacional de Educação, órgão associado ao MEC e que analisa mudanças em políticas educacionais. Alvo de críticas acaloradas desde que a sua primeira versão foi lançada, em setembro de 2015, a base serve como uma espécie de guia do que deve ser implementado nos currículos em quatro grandes áreas do conhecimento. A previsão do MEC é que o modelo, que definirá até 60% do conteúdo a ser ensinado na educação infantil e ensino fundamental, chegue aos materiais didáticos e salas de aula públicas e particulares em 2019.
Um dos pontos sensíveis do debate é justamente a alfabetização que, de acordo com a proposta, é alterada com uma nova distribuição das habilidades a serem desenvolvidas durante o aprendizado nos dois primeiros anos do ensino fundamental. "O que estamos propondo não é uma meta, mas sim [definir] que os anos de alfabetização concentrados no letramento são o 1º e o 2º ano do ensino fundamental", diz a secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.
Ciências da natureza: ciências. Linguagens: língua portuguesa, arte, educação física e língua inglesa. Ciências humanas: geografia e história... e as principais mudanças ocorreram em: Alfabetização - Como é: Plano Nacional da Educação prevê aluno alfabetizado até o 3º ano. Como fica: alfabetização será antecipada para o 2º ano, aos 7 anos de idade. Ensino religioso - Como é: Constituição de 1988 define que o tema é facultativo nas escolas. Como fica: foi retirado do texto; caberá aos estados, municípios e escolas privadas decidir. Estatística e probabilidade - Como é: não apareciam nos documentos prévios da base. Como fica: serão ensinadas a partir do 1º ano do fundamental.
No documento, essa ênfase na alfabetização mais cedo se traduz por um conjunto de habilidades concentradas nesses dois primeiros anos. No 2º ano de língua portuguesa, por exemplo, é a habilidade em "reler os textos produzidos, com a mediação do professor e colaboração dos colegas".
De acordo com Zuleika de Felice Murrie, redatora da área de linguagens da base curricular, a "garantia" de proporcionar a alfabetização mais cedo ocorre, também, devido a uma maior introdução de estímulos à oralidade e escrita ainda na educação infantil. "Quando falamos em alfabetização, falamos em compreender como funciona o sistema da escrita, sabendo com quantas e quais letras se escreve uma palavra. A ideia é que esse domínio ocorra nos dois primeiros anos. Isso porque, mesmo que não se denomine como alfabetização, já foi antecipada uma boa percepção da oralidade, leitura e escrita na educação infantil. O aluno já tem uma bagagem", afirma. Segundo ela, nos anos seguintes, a previsão é que haja maior enfoque na ortografia. A mudança foi bem recebida por alguns especialistas. (Continua...)
José Antônio dos Santos
Mestre pela UFSJ
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Fonte - http://www1.foha.uol.com.br/educacao/2017/
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Escrito por Educação, no dia 25/08/2017