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Educação


Formação de professores a distância



A busca pela educação a distância (EAD)  tem crescido muito no Brasil nos últimos anos.  Os preços baixos de matrícula e mensalidade e o avanço de novas ferramentas e dos recursos tecnológicos têm sido algumas das fortes razões para isso. É o caso dos cursos de pedagogia. Segundo a Folha de São Paulo, "Um em cada três alunos da graduação da área de "educação" faz o curso remoto, de acordo com dados do governo. Isso inclui formação de professores em áreas como arte, música e biologia."

Os cursos que não têm práticas de laboratório são os mais oferecidos a distância ou na modalidade semipresencial. É o caso da Pedagogia. A Folha diz que "metade dos estudantes está matriculada em cursos a distância." Essa realidade foi incentivada pela lei. Há 20 anos, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 9394/96 passou a exigir a graduação dos profissionais que já atuavam na educação básica. Como muitos já davam aulas sem ter o diploma universitário, a EAD passou a ser uma ótima opção, uma vez que continuam  trabalhando, enquanto se qualificam. Esse dado é da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). Essa exigência legal deu uma grande força para a expansão da EAD no Brasil. E isso é bom?

Alguns críticos da Educação a Distância dizem que dela só resta a distância. Nada mais se aproveita. Em parte eles têm razão, pois, se de um lado muita gente não percebe que os estudos a distância exigem novas habilidades pouco desenvolvidas no ensino presencial, outros têm a concepção errônea de que se trata de uma modalidade em que impera o vale tudo, inclusive o atalho da qualidade. Trata-se de um mito que faz muita gente comprometer a qualidade que é possível assegurar nos cursos que a Folha de São Paulo chama de remotos.

A propósito, EAD que, confusamente, é chamada às vezes de educação, outras de ensino, deveria ser conhecida como estudos a distância. Há ensino e processo de educação, mas trata-se de uma modalidade que exige, sobremaneira, a capacidade de estudos. E, para tanto, rigor, disciplina, gestão do tempo, habilidade de leitura, interpretação e construção do olhar crítico, aprendizagem colaborativa, dentre outras. Isso não se faz sem estudos. Por essa razão, os que ainda não desenvolveram essas habilidades mal conseguem chegar até a metade do curso.

As estatísticas são assustadoras: mais da metade dos inscritos desiste antes do meio do curso. E se umas instituições são rigorosas e levam a sério a formação dos estudantes, não faltam aquelas que até capricham nos textos e nas videoaulas, mas são uma farsa nas avaliações. Isso é muito preocupante. Bem perto de nós, em Belo Horizonte, é fácil encontrar essa realidade. Mas, a aceitação social e o avanço da EAD é inegável hoje. "Para se ter uma ideia, o número de matrículas em cursos na área de educação a distância cresceu 26,71% nos últimos cinco anos avaliados pelo governo (de 2010 a 2014). Já os cursos presenciais de formação docente tiveram aumento de 0,12% nas matrículas do período".

Apesar da cifra alta, um dado intrigante é que os professores formados a distância não estão tendo problemas nos concursos, para atuarem nas redes públicas de ensino. Porém, ainda existe uma resistência das escolas particulares em acolher profissionais formados a distância. Consideram que a formação pedagógica tem de ser presencial, devido à sua precariedade e processo ligeiro que, por vezes, atalha a qualidade. Muitas vezes, essas razões são procedentes, mas os estudos a distância são uma tendência futura cada vez maior.  

O que falta ao brasileiro é criar cultura de estudos. Quem se dedica rigorosamente aos estudos consegue garantir a qualidade no que faz, pois mesmo os cursos presenciais exigem práticas a distância. Os deveres de casa se caracterizam como estudos a distância, não?


José Antônio dos Santos

Mestre pela UFSJ

Contato: [email protected]



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Escrito por Educação, no dia 26/08/2016




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