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Educação


Jornal CORREIO: uma existência educativa



A importância da imprensa escrita no Brasil sempre foi inquestionável. É fácil verificar isso em obras da História da educação e romances, filmes e teatros. Assim tem sido, também, a trajetória do Jornal CORREIO na cidade, na região e fora do país.  Os meios de comunicação não conseguem a neutralidade que desejariam, devido às suas opções ideológicas. Mesmo assim, desempenham imprescindível papel educativo, na medida em que oferecem aos cidadãos uma opção para a interpretação dos fatos e, inevitavelmente, se posicionam diante deles. Com isso, os leitores têm a oportunidade de confrontar, comparar e conflitar ou não com os conteúdos veiculados. Esse processo tem papel educativo. Com certa frequência, ajuda a formar uma cidadania crítica nos sujeitos. O CORREIO está nesse contexto e tem deixado sua marca educativa na comunidade. Lafaietenses aqui, ou em outros estados e mesmo fora do país, podem confirmar a influência dele, presente em suas seções e cadernos.

 

Pode parecer estranho a alguns, mas gostaria de fazer, nessa ocasião, um destaque especial ao Caderno Classificados do CORREIO, por ele representar a síntese da cara da cidade e da região em seu modus vivendi, em cada um dos anúncios. Eles compõem um mosaico que nos ajuda a desenhar e interpretar nossas necessidades urbanas e rurais. E, por trás disso, o tipo de sujeito histórico que foi construído pelas relações sociais de poder.  Por esse caderno, implicitamente, podemos perceber como sociedade interiorana se insere na dinâmica implacável do mundo de relações globalizadas. Isso está estampado no tipo de produtos e serviços ofertados e/ou contratados, em todas as dimensões e áreas sociais. Outro aspecto que chama a atenção é o número de páginas desse Caderno, que aumentou consideravelmente nos últimos anos.

 

Gosto de mirar esta parte, pois ela indica as fortes tendências (des)educativas em que a comunidade se envolveu em suas formas de consumismo e a complexidade dos processos da vida social contemporânea. Claro que os outros cadernos têm seus méritos, principalmente imagéticos, de chamar a atenção dos leitores e deixam seu recado educativo também. Os Classificados do CORREIO, porém, na minha percepção, abrem espaço incrível para ouvirmos a voz das pessoas em seus desejos e, sobremaneira, em seus clamores e necessidades. É verdade que isso ocorre em outras seções como a das denúncias, mas esse caderno revela valores básicos presentes nas formas de sentir, pensar e de agir das comunidades do Alto Paraopeba, dentre eles, a forma como os sujeitos sociais encaram a educação e como são influenciados pelos processo educativo gerado por esse Jornal.

 

 O CORREIO da Cidade nos ajuda a captar e desenhar esse cenário e eu, como educador, me vejo inserido nesse contexto, há pelos menos 15 anos, por meio da coluna pela qual publico temas sobre educação formal escolar e educação informal.  E, também influenciado pelo papel educativo do CORREIO, com certa frequência, busco inspiração nos temas desse jornal, para elaborar meus artigos sobre educação. Com isso, sou mais um dos leitores e colaboradores marcados pelo CORREIO e pelas ideias que ele veicula, concordando ou conflitando com o conteúdo de algumas delas.

 

Como mencionei, minha presença no jornal é antiga e eu me lembro bem do início dessa história.  Eu estava sentado na sacada da escola estadual Narciso de Queirós, no intervalo de aulas, conversando com meu amigo, Aldeir Antônio Ro­cha, com quem discuto ideias pedagógicas até hoje. Naquele dia, propus a ele irmos à Redação, para nos apresentar e sugerir a criação de uma coluna com informações e debates sobre educação. Assim o fizemos e a proposta foi aceita. Nosso primeiro artigo teve por título "Nossos alunos merecem elogios". De cara, geramos um impacto e reação negativa entre os colegas, pois o desinteresse e a indisciplina já começavam a crescer entre alunos. Todavia, nós dois, docentes novos e cheios de entusiasmo, éramos queridos pelos alunos e, de fato, os elogiávamos e sabíamos o efeito que nossa atitude gerava sobre a aprendizagem deles. Por isso, prosseguimos.

 

Passamos a assinar os artigos em parceria. O Jornal CORREIO apostou em nós. Depois de certo tempo, pela sugestão da professora, dona Avelina Noronha, começamos a assinar os artigos em separado, alternando as publicações. Durante esses anos, construí uma convivência com a equipe do jornal pela qual sempre fui muito apoiado e incentivado. Eis uma pequena descrição sobre a importância do Jornal CORREIO que, há muito, deixou de ser só da cidade. Deixo meus cumprimentos a toda equipe pelos 25 anos de existência educativa do Jornal CORREIO da Cidade entre nós. Parabéns! Avante!

José Antônio dos Santos

Mestre pela UFSJ

Contato: [email protected]

 

 



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Escrito por Educação, no dia 01/07/2016




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