Se você é estudante ou até mãe de um, deve estar percebendo que um dos efeitos da quarentena é a adoção da educação à distância, com o objetivo de minimizar os efeitos da falta de aulas presenciais. Você também deve ter notado que em muitos casos, esse método não funcionou tão bem assim, mas será que esse é o futuro da educação no Brasil?
Com o alongamento da quarentena em todo território nacional por tempo indeterminado, as escolas de nível fundamental e médio foram obrigadas a adotar o modelo de ensino a distância. Segundo a UNESCO, até 25 de março desse ano, 165 países haviam fechado suas escolas por causa da pandemia do coronavírus, interrompendo as aulas presencias de um bilhão e meio de estudante, e mudando a rotina de 63 milhões de professores da educação básica em todo planeta.
No papel, a ideia de mudar as aulas presenciais para as aulas a distância até pode funcionar bem, mas na prática, as coisas podem não ser tão simples assim. Será então que o ensino a distância, especialmente o fundamental e o médio é o futuro da educação, quais são os desafios para implementar essa nova medida?
Primeiramente vamos falar do óbvio, estudar a distância é bem diferente de estudar em uma aula ao vivo. As ferramentas são diferentes e a própria didática de vídeo não é a mesma de uma aula padrão, e para os mais jovens, as aulas têm que ir muito além de uma sala no zoom, aulas gravadas ou leituras de pdf. Manter a motivação do estudante é fundamental quando estamos falando de aula a distância.
Aqui no Brasil, outro fator preocupante é a nossa desigualdade. E quem sai perdendo são os jovens carentes, que já frequentam escolas com estruturas muito deficitárias. Além desse problema, precisamos parar pra pensar sobre as infraestruturas disponíveis para que esses jovens consigam seguir uma agenda escolar remotamente. Como fica o acesso à internet, e os materiais?
Segundo uma pesquisa feita pelo comitê gestor da internet no Brasil, e divulgada em 2019, 58% dos domicílios aqui no nosso país não têm acesso a computadores, e 33% não dispunham de internet. Os dados apontam que nas áreas rurais, nem mesmo as escolas têm acesso à internet, e 43% dessas escolas reclamam da falta de infraestrutura para o sinal chegar a locais mais remotos.
Enquanto na zona urbana, 98% das escolas têm ao menos um computador com acesso a internet, nas zonas rurais o índice caí para 34%, e mesmo que tenham computadores conectados, nem sempre eles estão disponíveis para os estudantes. 62% das escolas rurais não tem computador para o uso dos alunos segundo a pesquisa. Isto é, essas escolas podem até ter computadores, mas os alunos não têm acesso a eles para o seu estudo.
Portanto, se continuarmos a usar o EAD, é muito importante para o país investir em uma infraestrutura de comunicação, que seja robusta e acessível, permitindo que qualquer pessoa, em qualquer parte do país tenha acesso ao mundo da internet.
João Victor Dias Freitas
Aluno da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL)
João Victor Martins Oliveira
Aluno da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL)
Josiene Aparecida de Souza
Professora da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL)
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Escrito por Direito no Alvo, no dia 11/06/2022
Artigos desenvolvidos pelos professores da FDCL. Os textos debatem assuntos da atualidade e que envolvem o mundo jurÃdico.