Se as novas gerações
não são resistentes às novas tecnologias para a informação e comunicação
(NTICS), por que os professores não conseguem adotá-las na educação escolar
formal? Não tenho informações oficiais,
mas acredito que, Brasil afora, muitos professores estejam incentivando seus
alunos a usar alguns aplicativos e redes sociais para a aprendizagem. Creio que
para muitos professores ainda está difícil chegar a isso por algumas razões
claras.
Possivelmente, pelo
menos 80% dos professores que estão na ativa estejam com, pelo menos, 25 anos
de exercício profissional. Viram a internet aparecer, expandir e se
popularizar, mas já trabalhavam com seus alunos sem jamais ter imaginado a
possibilidade de um dia a web informação e comunicação existir como ambiente
para a aprendizagem e, muito menos, escolar.
Apesar de eu ter me
despertado cedo para a internet e de ter sido um dos primeiros usuários da
Utranet, primeiro provedor local, faço parte desse grupo de professores
veteranos que é chamado de imigrantes nesse mundo virtual, enquanto nossos
filhos, netos ou sobrinhos são conhecidos como nativos nele. Eu também jamais
imaginei que a internet fosse expandir tanto como hoje e nunca me passou pela
cabeça que ela pudesse se tornar uma aliada nossa na prática docente.
Acredito que outros
professores, velhos como eu, digam o mesmo, mas outros devem ter atinado para a
contribuição pedagógica das novas tecnologias e devem ter começado a trabalhar
cedo com elas em salas de aulas. Essas pessoas tiveram a cabeça aberta e, tudo
indica, já realizaram muitas façanhas e inovaram criativamente suas aulas.
Basta dar uma surfada pelo Edu Youtube para confirmar como existem produções
interessantes de alunos e professores até então.
Existem muitos
professores de cabeça aberta, que inseriram as novas tecnologias em suas aulas
e que inovaram sua prática docente. Acredito que tiveram de se esforçar muito,
pois os alunos também precisam ter cabeça aberta para perceberem que aplicativos
e ferramentas e vida virtual trazem muitos benefícios, mas exigem
comprometimento e maturidade, mesmo dos mais novos. Imagino como os professores
estão precisando estabelecer claros e rigorosos combinados com seus alunos,
para usarem o smartphone, o tablet, o Facebook, o Twiter, o YouTube e outras
ferramentas e ambientes virtuais para realmente estudarem e aprenderem.
O problema é que, se de
um lado os alunos têm muita facilidade para manejar esse universo eletrônico e
suas ferramentas e aplicativos, por outro lado, eles são fascinados por tudo
isso por causa da distração e do prazer que elas lhes proporcionam. O próprio
aluno que convive espontaneamente com as novas tecnologias, precisam abrir a
cabeça para usá-las, também, como um recurso para a aprendizagem mais
sistematizada. E, de fato, o cosmos virtual e suas redes, aplicativos e
ferramentas se tornou algo fantástico, a maior biblioteca e ambiente de
aprendizagem jamais existente em outras épocas.
Desde que seja feito um
combinado entre escola, pais e alunos, há vantagens enormes de passar a usar as
novas tecnologias na escola e de transformá-las em meio de integração entre
casa e escola, de alunos e professores entre si e de todos em comum.
Creio que o mundo
virtual poderá ser um instrumento de transformação da escola e de nossas
antigas aulas, pois professores e alunos vão se tornar agentes de aprendizagem
constante. Isso mudará o papel do professor em orientador da aprendizagem,
enquanto ele próprio aprende. Estamos diante de um mundo virtual surpreendentemente
capaz de formar jovens e professores criativos e inovadores, pela construção de
uma inteligência coletiva. Isso vai exigir cabeça aberta, capaz de assumir compromissos
com a aprendizagem.
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Escrito por Educação, no dia 04/09/2015