A palavra foco foi uma das mais essenciais que aprendi com meus colegas professores e com os alunos do curso de Administração, com quem trabalhei por vários anos na universidade. Esse estudante aprende que precisa ter foco nos negócios. Isso faz os mais dedicados criarem uma habilidade e perfil próprios de gente que vê oportunidades de mercado em todas as suas vivências, mesmo nos momentos de descontração e lazer. Esses conseguiram educação focal.
Esse desafio tem sido lançado aos que entraram nas relações do mundo digital. Quando abrimos um navegador, deparamos com uma lógica mosaica chamada hipertexto, bastante diferente daquela linear de textos convencionais. Não bastasse o mosaico de fotos, imagens e textos, existem aqueles ícones intermitentes que piscam e disputam nossa atenção na tela. Isso exige disciplina e uma reelaboração de atitudes culturais, para se conseguir foco digital.
Pense em sua atitude: quantas vezes você consegue ir direto ao assunto, com foco, quando acessa a internet para buscar uma informação? Já fiz essa pergunta a diversos professores, alunos de faculdade e de ensino médio, principalmente os de terceiros anos. Quase sempre, a resposta é francamente preocupante. De cada dez vezes, a maior parte das pessoas diz que conseguem manter o foco no propósito inicial apenas duas ou, no máximo, três vezes. Isso prova que precisamos desenvolver uma educação digital, se quisermos obter resultados nos trabalhos que envolvem internet, sobretudo, naqueles on-line como os oferecidos pelos atuais servidores como Dropbox, OneDrive e Google Drive que possibilitam a computação em nuvem, ou cloudcomputing e, por meio dela, uma produção colaborativa entre alunos, entre professores, ou entre ambos.
Muitos professores e alunos vão dizer que ainda não se incluíram no universo digital ou que não foram incluídos por ninguém nas fantásticas experiências de autoria ou coautoria textual e imagética da web 3.0, denominada web sistêmica. Ao terem essa oportunidade, em pouco tempo, as pessoas começam a perceber o extraordinário mundo do qual não participavam e das habilidades e combinados éticos necessários para o sucesso da cultura digital. A escola precisa ser incluída nesse cosmos e nessa aventura.
Cada vez mais, professores e alunos estão deixando de encarar seus móbiles, principalmente os smartphones, como meras máquinas de diversão e os transformam em ferramentas e instrumentos poderosos de aprendizagem. Isso é fascinante! E aqueles que já conseguiram desenvolver a cultural digital para o foco sabem dizer mais ainda como é fascinante direcionar atividades e obter resultados de aprendizagem colaborativa e inteligência coletiva, termo de Pierre Levy, de autoria individual e coletiva, de autonomia intelectual e criatividade, habilidade da escuta e reflexão, criticidade e capacidade para conviver com as diversidades culturais e ideológicas e por aí vai.
A web 3.0 tem possibilitado às pessoas chegarem a resultados materiais, mas principalmente a resultados do capital humano, já orientados pelo relatório Delors, quais sejam as habilidades de aprender a conhecer, a conviver, a fazer e a ser. Mas isso exige foco.
Portanto, vivemos em um
momento privilegiado em que nativos digitais e imigrantes digitais, na feliz
expressão de Marc Prensky, que somos nós os docentes mais veteranos, temos
muito que aprender uns com os outros. Podemos aprender com os mais novos a usar
as máquinas e os aplicativos e eles poderão aprender conosco a ter foco pela
disciplina cognitiva. De forma colaborativa, poderemos ajudar um ao outro a
construir a cultura digital para o foco.
José Antônio dos Santos
Mestre pela UFSJ
Contato: [email protected]
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Escrito por Educação, no dia 21/08/2015