As previsões para a
pesca na região de Lafaiete no segundo semestre de 2015 são sombrias, segundo
avaliação feita por pescadores, amantes da natureza e especialistas no assunto.
A falta de chuvas do ano passado e a pouca movimentação pluviométrica desse
ano, provocarão danos irreversíveis à natureza e uma seca ainda mais intensa do
que a do ano passado. Com isso, a escassez de peixes, principalmente lambaris,
piaus, matrinxãs, corimbás, dourados, entre outros, será sentida por vários
anos.
Ao contrário de anos
anteriores, já não é possível mais pescar lambaris em rios próximos a Lafaiete,
casos do Paraopeba, Piranga, Guarará, Brumado, Vermelho, Elvas, Mortes, entre
muitos outros. A pouca vazão, associada à pesca predatória, estão dizimando os
cardumes, muito comuns nesses cursos d’água. Além disso, o esgoto industrial e
doméstico do Alto Paraopeba e Vale do Piranga são despejados praticamente sem
tratamento nas águas desses rios, provocando sérios danos à vida aquática.
Acostumado a pescar
lambaris na região, o jornalista Luiz Fernando de Andrade, do Jornal CORREIO,
esteve, durante a semana, no rio Brumado, que nasce na tríplice fronteira entre
Lagoa Dourada, Resende Costa e Entre Rios de Minas. Esse rio sempre foi
caudaloso e muito bom de lambaris, mas o quadro atual é de desolação. Além do
sumiço geral dos peixes, o rio está com menos da metade de sua vazão em pleno
julho, no início do período seco, quando as chuvas ainda caem, mesmo
parcialmente. A julgar pela situação, o Brumado deve secar parcialmente quando
outubro chegar. “É uma situação das mais dramáticas e jamais presenciada por
mim”, disse Luiz Fernando, preocupado com o que viu. Segundo ele, a água está
acabando e as pessoas ainda não se deram conta disso. “Vivemos uma situação
dramática em termos de água. É preciso que as pessoas saibam disso e passem a
consumir menos, economizar, por que senão todos vão ficar sem água, inclusive
os poucos peixes que restam”, finalizou Andrade.
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Escrito por Pesca, no dia 07/07/2015