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Comunidade


Moradores de Lafaiete protestam contra instalação de antena de telefonia no bairro Santa Luzia

Preocupação com impactos à saúde e à qualidade de vida em área residencial leva comunidade a denunciar obra



Fotos: Rafaela Melo/leitor


Um dos moradores mais afetados é Fabrício José, que vive há 16 anos na região

Moradores da rua José Pio, no bairro Santa Luzia (região norte), em Conselheiro Lafaiete, acionaram a reportagem para denunciar a instalação de uma antena de telefonia móvel em uma área estritamente residencial. A obra, iniciada há cerca de um mês sem qualquer consulta prévia à comunidade, tem causado apreensão entre os vizinhos, principalmente por estar localizada a menos de 30 metros de residências habitadas.
Um dos moradores mais afetados é Fabrício José Pinto da Fonseca, que vive há 16 anos na região. Portador de um eletro-neuroestimulador medular — equipamento que opera por radiofrequência —, Fabrício teme consequências graves à sua saúde. “Essa antena pode desprogramar o aparelho que uso para controlar a dor e me possibilita andar. Isso me obriga a ir a Belo Horizonte para reprogramá-lo, e o risco extremo seria até a queima da medula, o que pode levar à morte”, alerta.
Segundo ele, a obra foi iniciada de forma discreta, com o portão da área mantido fechado. A movimentação só chamou a atenção dos moradores após questionamentos de uma vizinha aos trabalhadores sobre o que seria construído no local. “Ninguém foi consultado. Não houve audiência pública, notificação ou qualquer tipo de aviso”, relata.
A mobilização dos moradores resultou na visita de fiscais da Prefeitura de Conselheiro Lafaiete e do secretário municipal de Planejamento. No local, foram constatadas diversas irregularidades, como a ausência de licenciamento e documentação exigida por lei. Diante disso, a obra foi embargada entre 10 e 15 dias atrás, ainda na fase inicial, antes da instalação da antena.
Apesar da paralisação da obra, a preocupação persiste. “A gente não é contra o avanço da telefonia, mas pedimos que respeitem nosso direito à moradia e à saúde. Não queremos a antena aqui por uma questão de sobrevivência”, reforça Fabrício. Outro caso sensível envolve uma vizinha usuária de aparelho auditivo, que também teme interferências causadas pela radiação emitida.
A moradora Meire Coelho de Miranda, que vive há mais de 10 anos na rua José Pio, também expressou preocupação. “Além da questão estética, que vai desvalorizar nossos imóveis, há os riscos à saúde, principalmente das crianças que ainda estão em fase de desenvolvimento. É muito triste o que estamos passando”, lamenta.
Ela reforça o desejo coletivo de que o embargo seja definitivo. “A partir do momento em que as pessoas se sentem ameaçadas e cogitam deixar suas casas para preservar a saúde, não faz sentido essa obra continuar. Espero que fique embargada para sempre”, conclui.
Os moradores afirmaram que a antena é de propriedade da operadora Claro. Nossa reportagem entrou em contato com a assessoria da empresa, que informou: “A torre em questão não é de propriedade da Claro. Usamos infraestrutura de terceiros para instalação de nossos equipamentos mediante autorizações dos órgãos competentes”, respondeu a operadora. O Jornal CORREIO enviou ofício à PMCL, mas, até o fechamento desta edição, não havia recebido respostas.



Apesar da paralisação da obra, a preocupação persiste

 




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Postado por Rafaela Melo, no dia 26/04/2025 - 14:20


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