Fotos: Freepik
O costume tem origem em práticas religiosas e influência da colonização portuguesa
A Semana Santa é um período de reflexão, fé, e também de hábitos alimentares específicos para muitos cristãos. Um dos costumes mais marcantes no Brasil é o consumo de bacalhau, especialmente na Sexta-Feira Santa, dia em que a Igreja Católica orienta a abstenção de carne vermelha em sinal de respeito à crucificação de Jesus Cristo.
A escolha do peixe como substituto remonta aos primeiros séculos do cristianismo, quando os fiéis buscavam práticas de penitência e simplicidade. O bacalhau, em particular, tornou-se popular por influência dos portugueses, que colonizaram o Brasil e trouxeram consigo o hábito de consumir o peixe seco e salgado, fácil de conservar mesmo sem refrigeração.
Durante séculos, o bacalhau foi considerado uma alternativa viável e acessível para longas travessias marítimas e, mais tarde, para as celebrações religiosas. No Brasil, a tradição foi mantida, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, onde a presença da cultura portuguesa é mais marcante.
Atualmente, mesmo com a diversidade de opções de peixes frescos, o bacalhau ainda ocupa lugar de destaque nas ceias da Semana Santa. Além do valor simbólico e religioso, ele é também sinônimo de confraternização em muitas famílias, com receitas tradicionais que atravessam gerações, como o bacalhau à Brás, à Gomes de Sá ou em forma de bolinhos.
Embora hoje o bacalhau seja considerado um item nobre e com preço elevado, ele continua sendo símbolo de fé e tradição durante a Semana Santa — reforçando como a cultura alimentar pode carregar séculos de história e espiritualidade.
Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383
Postado por Maria Teresa, no dia 19/04/2025 - 17:12