Foto: Rafaela Melo
A cena se repete em várias localidades como na rua Felipe Dias, no bairro Fonte Grande
Em diversas ruas de Lafaiete, uma ameaça silenciosa paira sobre pedestres e motoristas: fios emaranhados, pendendo dos postes, muitos deles tocando o chão. O problema, causado pelo acúmulo de cabos de provedores de internet, empresas de telefonia e TV a cabo, tem sido alvo de recorrentes queixas de leitores do Jornal CORREIO, que temem acidentes e até risco de eletrocução. Em boa parte dos casos, empresas realizam manutenções, trocam parte da fiação e abandonam o restante, sem se dar ao trabalho de remover a fiação antiga ou aparar o restante.
A cena se repete em várias localidades: ruas Cristóvão de Sena, no bairro Progresso; Antônio Aureliano, na Cachoeira; Wenceslau Braz, no São Sebastião; Felipe Dias e Saldanha Marinho, na Fonte Grande; Floriano Franco, no Carijós; Sargento Dias, no bairro Queluz, entre outras. Em todos esses endereços, a situação se perpetua sem solução definitiva. E não é por falta de regulamentação municipal. Em 16 de maio de 2022, a prefeitura sancionou a Lei Complementar nº 151, que alterou o Código de Posturas do município, determinando obrigações mais rígidas às empresas de telecomunicações. De acordo com o novo texto, proposto pelo vereador Professor Oswaldo Barbosa, as operadoras devem informar ao município sempre que realizarem manutenção na fiação, detalhando a localização exata do serviço e anexando registros fotográficos ou em vídeo do antes e depois da intervenção. A lei visa facilitar a fiscalização e coibir o abandono de fios soltos ou inutilizados e está em vigor desde sua publicação, mas sua aplicação nunca saiu do papel. De quem é a responsabilidade? Ouvida pelo Jornal CORREIO, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), responsável pelos postes que sustentam essa fiação, esclareceu à reportagem que a manutenção dos cabos de telecomunicações e a remoção de fios inutilizados são de responsabilidade exclusiva das operadoras de internet, telefonia e TV a cabo.
“A Cemig notifica as empresas de telecomunicações para regularizar o cabeamento quando recebe uma denúncia ou quando faz uma intervenção na rede, como a troca de postes”, informou a concessionária em nota oficial. Ainda segundo a empresa, sua equipe só pode intervir diretamente em casos emergenciais ou quando há risco iminente de acidente. Caso contrário, cabe às próprias operadoras (de telefone, internet e TV a cabo) tomar providências: “Sempre que se depararem com uma situação de cabos que apresente riscos à segurança, os clientes deverão informar à Cemig. Dessa forma, a companhia avaliada deve intervir de forma emergencial e/ou notificar as empresas responsáveis pela manutenção. De qualquer forma, nunca se deve aproximar, tocar ou deixar que ninguém toque nenhum cabo ao solo, pois somente profissionais treinados podem identificar e intervir na retirada ou isolamento desses cabos, sem risco de eletrocussão”.
Ainda segundo as orientações da concessionária, os clientes que se depararem com casos de fios soltos podem informar à Cemig pelos canais de atendimento da companhia, preferencialmente os canais digitais, quais sejam: Portal Cemig na web, App Cemig Atende (IOS e Android) ou pelo WhatsApp 3506-1160. Há também o telefone 116, que pode ser utilizado preferencialmente para os casos de emergência. Procurada pelo Jornal CORREIO, a Vero Internet informou ter enviado, na quarta-feira, dia 26, uma equipe técnica aos endereços indicados pela reportagem o Jornal CORREIO: “Os profissionais realizaram vistorias e estão atuando para sanar eventuais intercorrências que porventura sejam identificadas. A companhia reforça que segue atenta às demandas de seus clientes visando sempre oferecer a melhor experiência aos usuários de seus serviços”. As outras operadoras de internet, telefonia e TV a cabo não se manifestaram sobre o assunto. A Vero Internet ressalta que qualquer ocorrência poderá ser informada por meio de seus canais oficiais de atendimento ao cliente, no número de telefone 103 85 ou pelo Fale Conosco (www.verointernet.com.br)”, conclui.
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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 12/04/2025 - 14:20
