Tempo em Lafaiete: Hoje: 27° - 16° Agora: 22° Domingo, 20 de Abril de 2025 Dólar agora: R$ 5,805 Euro agora: R$ 6,596
Saúde


Vacinas inovadoras podem conter avanço da gripe aviária e evitar nova pandemia

Imunizantes específicos contra o H5N1, subtipo da gripe aviária, já foram desenvolvidos e mantidos em estoques estratégicos por cerca de 20 nações.



Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil


O imunizante utiliza tecnologia de RNA mensageiro e abrange o código genético de todos os subtipos de influenza A e B.


Diante do risco crescente de a gripe aviária se transformar em uma nova crise sanitária global, especialistas reforçam a urgência de desenvolver imunizantes mais eficazes. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, destaca que uma das maiores apostas da ciência é a vacina universal contra os diversos tipos do vírus influenza, que já demonstrou resultados promissores em estudos pré-clínicos.

Segundo a médica, o imunizante utiliza tecnologia de RNA mensageiro e abrange o código genético de todos os subtipos de influenza A e B. Em testes realizados com furões e roedores, os cientistas inicialmente avaliaram a resposta a cada antígeno separadamente. Na sequência, aplicaram simultaneamente as 20 variantes e observaram a produção de anticorpos para todas elas, com proteção mantida por até quatro meses. Vacinas específicas contra o H5N1, subtipo da gripe aviária, já foram desenvolvidas e mantidas em estoques estratégicos por cerca de 20 nações. No Brasil, o Instituto Butantan lidera os estudos de um imunizante nacional, atualmente na fase de recrutamento de voluntários para testes clínicos. A iniciativa conta com o apoio da Fiocruz e aguarda autorização da Anvisa para iniciar a aplicação em humanos.

Mônica ressalta a importância de o país possuir sua própria produção de vacinas para garantir autonomia em possíveis emergências sanitárias. Ela lembra que o vírus apresenta alta capacidade de adaptação, podendo infectar diferentes espécies com rapidez. "Mais de 350 animais que antes não eram suscetíveis já foram atingidos, incluindo mamíferos como gatos domésticos, com registros, por exemplo, na Polônia. A taxa de mortalidade é elevada porque a população mundial não possui defesa natural contra essa ameaça", explicou. A especialista também alertou que pequenas alterações genéticas podem permitir que o agente patógeno seja transmitido entre pessoas, aumentando o risco de uma pandemia. "As evidências indicam que estamos muito próximos desse cenário", disse Mônica Levi.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que, entre 2003 e março de 2025, foram notificados 969 casos humanos de infecção pelo H5N1, com 457 mortes – uma taxa de letalidade acima de 50%. Ainda assim, esse índice vem diminuindo desde 2015. Neste ano, entre os 72 episódios registrados nas Américas, apenas dois resultaram em óbito: um nos Estados Unidos e outro no México. A maioria das infecções ocorreu em território norte-americano. A transmissão para seres humanos ocorre principalmente após contato direto com animais contaminados. O número de surtos em aves domésticas e silvestres continua em crescimento. Somente entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, foram detectados mais de 900 episódios em criações comerciais e outros mil entre espécies livres na natureza — índices superiores ao total acumulado na temporada anterior, que durou 12 meses.

No Brasil, o primeiro foco foi identificado em maio de 2023. Desde então, 166 ocorrências foram registradas, sendo 163 em animais silvestres e três em criações comerciais. Como medida preventiva, o Ministério da Agricultura e Pecuária estendeu por mais 180 dias o estado de emergência zoossanitária relacionado à doença.
Fonte: Agência Brasil




Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383


Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 11/04/2025 - 19:20


Comente esta Notícia