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Em Lafaiete, 25,8% da população na faixa etária entre 25 anos ou mais não possui instrução ou ainda não concluiu o ensino fundamental segundo o Censo 2022
A educação brasileira tem passado por transformações importantes nas últimas décadas, e os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE, mostram que as cidades de Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco seguem essa tendência. De 2000 a 2022, a proporção da população brasileira com nível superior completo cresceu 2,7 vezes, chegando a 18,4%. Esse aumento também se reflete nas cidades analisadas, ainda que de forma desigual entre as diferentes faixas de renda e grupos raciais. Em Lafaiete, 17.825 pessoas com 25 anos ou mais possuem ensino superior completo (17,19% da amostra). Em Congonhas, 5.907 habitantes concluíram esse nível de ensino, o que representa 14,57%. Menor em termos populacionais, Ouro Branco lidera nesse indicador, com 5.796 habitantes (19,52% da amostra) que possuem nível superior.
O crescimento também foi expressivo entre a população preta com 25 anos ou mais e nível superior completo: um aumento de 5,8 vezes no período, passando de 2,1% em 2000 para 11,7% em 2022. Já entre a população parda com esse nível de ensino, o crescimento foi de 5,2 vezes, saindo de 2,4% em 2000 para 12,3% em 2022. A população branca com 25 anos ou mais registrou um aumento de 2,6 vezes, passando de 9,9% em 2000 para 25,8% em 2022 – percentual duas vezes maior que o de pretos ou pardos. A população de cor ou raça amarela apresenta o maior percentual de pessoas com nível superior completo (44,1%) e a menor proporção de indivíduos sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (17,6%).
25,8% dos lafaietenses não possui instrução ou não concluiu ensino fundamental
Esse é um ponto que exige atenção. Uma parcela considerável da população nesta mesma faixa etária – 25 anos ou mais – não possui instrução ou ainda não concluiu o ensino fundamental. Em Lafaiete, 25,8% da amostra estavam nessa situação durante o Censo de 2022. O percentual em Ouro Branco é bem próximo (25,25%). Em Congonhas, esse número era ainda maior (28,26%). Na média nacional, o percentual de pessoas sem instrução ou sem conclusão do ensino fundamental caiu de 63,2% para 35,2% – taxa ainda superior à observada nas maiores cidades da região. Alfabetização e frequência escolar Congonhas tinha, em 2022, a menor taxa de frequência escolar bruta para crianças de 0 a 3 anos (21,82%). Em Lafaiete, a taxa era de 26,09% e, em Ouro Branco, 30,93%. A cidade é a que mais se aproxima da média nacional, que é de 33,9%, mas ainda está distante dos 50% estabelecidos como Meta 1 do Plano Nacional de Educação (PNE).
Taxa de alfabetização das crianças cresce mas cai para os idosos
O índice regional melhora na faixa etária de 4 a 5 anos, com 83,74% em Lafaiete, 88,65% em Congonhas e 93,22% em Ouro Branco. Vale lembrar que o PNE estabelece como meta 100% para crianças dessa idade. Por outro lado, as taxas de alfabetização nas três cidades são elevadas. Lafaiete tem a maior taxa, com 97,27% da população alfabetizada, seguida por Congonhas (96,8%) e Ouro Branco (96,45%). No entanto, os idosos continuam sendo um grupo vulnerável. Entre os que têm 80 anos ou mais, a taxa de alfabetização cai para 84,21% em Lafaiete, 79,04% em Congonhas e 70,34% em Ouro Branco, refletindo as dificuldades históricas de acesso à educação no país.
Números de matrícula escolar aumentam, mas baixa frequência ainda preocupa
A taxa bruta de matrícula escolar entre 6 e 14 anos está próxima da universalização, com Lafaiete registrando 98,81%, Congonhas 98,94% e Ouro Branco 99,86%. No entanto, preocupa a redução da frequência escolar entre jovens de 18 a 24 anos. Em Lafaiete, apenas 29,02% desse grupo está matriculado, enquanto em Congonhas a taxa é de 26,19% e, em Ouro Branco, 34,36%. De acordo com especialistas, esse fenômeno pode estar associado à necessidade de entrada precoce no mercado de trabalho, falta de interesse, dificuldades financeiras ou acesso limitado a universidades próximas.
Diferenças raciais e de gênero na educação
Os dados também revelam desigualdades educacionais entre grupos raciais. A população branca tem um tempo médio de estudo superior ao de pretos e pardos. Em Ouro Branco, por exemplo, brancos possuem, em média, 11,1 anos de estudo, enquanto pretos e pardos têm 9,9. A taxa mais baixa foi identificada entre indígenas, com apenas 6 anos. A população amarela apresenta o maior tempo médio de estudo em Lafaiete (11,7 anos), seguida por brancos (10,9), pardos (9,8), pretos (9,6) e indígenas (8,9). Em Congonhas, os brancos possuem, em média, 10,5 anos de estudo, ficando atrás apenas dos indígenas (12,4). As mulheres, por sua vez, superam os homens em anos médios de estudo em todas as cidades analisadas. Em Lafaiete, as mulheres possuem 10,4 anos de estudo, contra 10,2 dos homens. Essa tendência se repete em Congonhas, onde a média feminina é de 10,1, enquanto a masculina é de 9,9. Em Ouro Branco, 10,4 para mulheres e 10,3 para homens.
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Postado por Maria Teresa, no dia 30/03/2025 - 10:54