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Queimadas na região de Lafaiete mais que dobram em 2025

Com poucas chuvas e sem aumento no efetivo, situação preocupa; em 2024, uma pessoa morreu em Entre Rios



Crédito: Divulgação Corpo de Bombeiros


O fogo destrói a microbiota do solo, causa a morte da fauna e flora e coloca em risco residências próximas

O número de queimadas na região de Lafaiete explodiu nos primeiros três meses de 2025, superando em mais de duas vezes os registros dos anos anteriores. Segundo dados repassados pela 2ª Cia de Bombeiros de Lafaiete, enquanto em 2023 foram 21 ocorrências e, em 2024, 25, neste ano já são 53 incêndios registrados até março, um aumento que acende o alerta das autoridades. O maior índice de incêndios ocorre em lotes vagos, e há fortes indícios de que a maioria seja de origem criminosa.

O comandante da 2ª Companhia de Bombeiros, Daniel Luiz Rodrigues Guimarães, explica que, apesar de não ser possível afirmar categoricamente a causa de cada ocorrência, os indícios apontam para a intencionalidade dos incêndios. “O maior índice de incêndios na região é em lotes vagos, e as causas não podemos afirmar, mas os indícios mostram claramente que os incêndios são propositais”, destacou. 

Ainda segundo o comandante, as queimadas agravam ainda mais a baixa umidade do ar e potencializam problemas respiratórios, afetando diretamente a população. Além disso, o fogo destrói a microbiota do solo, causa a morte de fauna e flora e coloca em risco residências próximas. Outro problema preocupante é o impacto social. No ano passado, em Entre Rios de Minas, um incêndio em pastagem atingiu uma edificação histórica, resultando na morte de uma senhora que estava no local. 

Falta de estrutura e aumento da demanda 

A 2ª Companhia do Corpo de Bombeiros, responsável por atender Conselheiro Lafaiete e outras 21 cidades da região, enfrenta dificuldades diante do aumento do volume de queimadas. Apesar de contar com equipamentos e efetivo, o crescimento das ocorrências sobrecarrega a equipe. “Ainda que tivéssemos mais militares, seria difícil atender a todos os incêndios em lotes vagos durante a alta temporada. As pessoas precisam se conscientizar de que essa prática é prejudicial a todos”, alerta o comandante Daniel Guimarães. Os bombeiros reforçam que a principal forma de evitar queimadas é não atear fogo em lotes vagos. “Mesmo que estejamos atendendo outra ocorrência e não possamos ir no momento da solicitação, iremos tão logo seja possível”, reforça o comandante.  

Panorama estadual    

A região espelha o que se vê no estado. Somente de janeiro até o fim da última semana, Minas Gerais registrou 1.597 queimadas, uma média de 72 por dia. Em comparação com o ano passado, o aumento é de 52%. Os dados preocupam para os próximos meses, pois o período de seca ainda não chegou. Estatísticas do Corpo de Bombeiros apontam que Minas Gerais tem o pior início de ano em relação às queimadas, ao menos desde 2021. Naquele período, foram 1.448 incêndios em vegetação.

Na Grande BH, são 235 ocorrências registradas, contra 113 no mesmo período de 2024, uma alta de 108%.   O meteorologista Claudemir de Azevedo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica que, em 2025, Minas Gerais viveu uma presença forte de veranico, quando há uma quebra de precipitações dentro do período chuvoso. Isso proporcionou um período chuvoso abaixo da média climatológica. Em fevereiro, por exemplo, poucos temporais foram registrados: “Em relação aos próximos meses de abril, maio e junho, nós vamos adentrar no período seco e, consequentemente, as chuvas são escassas e, dessa forma, favorecem o aumento do número de incêndios e focos de queimadas no estado de Minas Gerais”, comentou. Para acionar os bombeiros, ligue 193. 




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Postado por Maria Teresa, no dia 29/03/2025 - 13:03


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