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Polícia


Mãe de lafaietense morto a tiros contesta versão oficial e nega acusação



Foto: Arquivo pessoal


Reginaldo Júnior foi morto a tiros em Sorocaba (SP); família contesta versão da PM 

 

A morte de Reginaldo Antônio Ferreira Júnior, de 33 anos, durante uma abordagem da Polícia Militar em Sorocaba (SP), no dia 5 de janeiro, levantou questionamentos e revolta por parte da família. A PM alega que Reginaldo estava armado, participou de uma troca de tiros e foi baleado ao tentar fugir. Entretanto, familiares contestam a versão oficial, afirmando que ele não portava arma e não estava envolvido em atividades criminosas.

De acordo com Cássia Ferreira, mãe de Reginaldo, ele havia saído para encontrar um amigo e, mais tarde, enviou mensagens à esposa relatando estar sendo perseguido por uma viatura. "‘Estou sendo seguido pela polícia’, e depois disso não deu mais notícias. Minha nora ficou acordada a noite inteira esperando por ele. Descobrimos o que aconteceu apenas no dia seguinte, no Instituto Médico Legal (IML)", afirmou a mãe.

Versão policial e contestação da família
O boletim de ocorrência informa que a abordagem ocorreu após policiais tentarem interceptar o carro em que Reginaldo e um amigo estavam. A dupla teria desobedecido à ordem de parada, desencadeando uma perseguição que terminou em uma área de mata. A PM sustenta que Reginaldo tentou atirar contra os agentes, que reagiram, levando ao óbito.Por outro lado, Cássia nega as alegações: "Meu filho nunca teve arma. Ele saiu apenas com latas de spray e tinta para grafitar. A polícia forjou isso". A família também critica a demora no socorro à vítima, que teria sido baleada às 22h30, mas somente deu entrada na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) às 23h50. "Por que demoraram tanto para levá-lo ao hospital? O que fizeram com meu filho nesse período?", questionou a mãe.

Ausência de câmeras corporais
Outro ponto levantado foi a falta de câmeras corporais nos policiais envolvidos. "Sem as câmeras, ficamos reféns da palavra deles contra a de quem não pode mais se defender. E por que atiraram na cabeça dele? Por que não o imobilizaram com um tiro na perna?", indagou Cássia.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) declarou que o caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial e legítima defesa. A perícia realizada pelo Instituto de Criminalística (IC) e pelo IML confirmou o óbito no local e informou a apreensão de uma pistola, além de materiais de pichção. A SSP anunciou a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos e reforçou que não tolera desvios de conduta.

Histórico de tragédias na família
A morte de Reginaldo ocorre apenas sete meses após outra tragédia atingir a família. Em junho de 2024, seu filho, Henrique Ferreira da Silva, de 2 anos, morreu em um acidente de trânsito na BR-040, em Itabirito. O menino estava no colo da avó quando o veículo em que viajavam colidiu com uma van. A sequência de perdas deixou a família devastada e mobilizou a comunidade local em busca de justiça.

Relato do amigo
O amigo de Reginaldo, presente no momento da abordagem, afirmou à família que ambos estavam grafitando quando ouviram a sirene da viatura. Ele relatou ter sido agredido pelos policiais e pressionado a confessar um suposto roubo. "Eles diziam que estávamos armados, mas não havia nada além de latas de tinta no carro", declarou.

Protestos e homenagens
A morte de Reginaldo gerou protestos em Sorocaba. Manifestantes se reuniram nos dias 7 e 9 de janeiro em frente ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), pedindo justiça e transparência na investigação. Reginaldo, conhecido como "África Menor" no meio artístico, era um grafiteiro renomado na região. Durante o velório, dezenas de amigos e admiradores compareceram para prestar homenagens. "Eu não sabia que meu filho era tão conhecido. Foi muito difícil enterrá-lo longe de nossa cidade, mas o carinho das pessoas mostrou o quanto ele era amado", disse a mãe. O caso segue em apuração pela Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Sorocaba e pelo IPM instaurado pela PM.




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Postado por Rafaela Melo, no dia 16/01/2025 - 18:14


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