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Saúde


Barulho dos fogos de artifício transforma alegria em sofrimento para animais e pessoas sensíveis



Foto: Marcello Casal Júnior/Agência Brasil


 

As festas de fim de ano, tradicionalmente marcadas por celebrações e alegria, podem ser um pesadelo para muitos animais e pessoas sensíveis a ruídos. O barulho dos fogos de artifício com estampido é responsável por causar pânico, ferimentos e até mortes em diversas espécies, além de afetar indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA) e outras condições sensoriais. Embora os espetáculos luminosos sejam sinônimo de comemoração, seus efeitos colaterais preocupam especialistas, tutores e ativistas. No congresso nacional, tramita um projeto de lei que busca proibir fogos ruidosos em todo o país, promovendo alternativas mais seguras e inclusivas.

O impacto dos estampidos

Animais domésticos, como cães e gatos, possuem audição altamente sensível, captando frequências inaudíveis para humanos. Isso torna os estampidos dos fogos extremamente perturbadores. "Os ruídos intensos são percebidos como ameaças iminentes, causando pânico, ferimentos e, em casos graves, até óbitos, especialmente em animais com problemas cardíacos", explica Neander Oíbio, médico veterinário. Uma pesquisa do Grupo Petlove revelou que 72,7% dos animais domésticos tentam se esconder durante as explosões, enquanto 58,1% demonstram comportamentos de medo extremo, como tremores e tentativas de fuga. O impacto não se restringe aos lares. Aves e animais silvestres sofrem com estresse elevado, abandonando ninhos, desorientando-se e se chocando contra obstáculos. Em zonas rurais, cavalos e bovinos também entram em pânico, resultando em ferimentos ou morte.

Pessoas vulneráveis

Além dos animais, humanos com alta sensibilidade sonora, como autistas, enfrentam sofrimento intenso. Mila Guimarães, autônoma e autista, descreve os efeitos dos fogos como "perturbadores e desorientadores", levando-a a episódios de ansiedade e hospitalizações. "Não entendo por que ainda utilizam fogos com estampidos quando há alternativas mais seguras e igualmente bonitas", questiona.

A psiquiatra Ana Aguiar reforça que, para pessoas neurodivergentes, os ruídos podem desencadear cefaleias, desorientação e crises severas. "Preparação e previsibilidade são fundamentais para mitigar os impactos", orienta.

Ações e alternativas

Cidades como Brasília, São Paulo e Belo Horizonte já possuem legislações que restringem o uso de fogos barulhentos. No âmbito federal, um projeto aprovado no Senado prevê a proibição de artefatos sonoros em todo o país, com multas pesadas para descumprimentos. Enquanto mudanças definitivas não acontecem, especialistas sugerem medidas preventivas. Para os animais, criar um ambiente seguro em casa, com sons relaxantes ou uso de roupas calmantes, pode ajudar. Para humanos, fones de ouvido com cancelamento de ruído ou tampões auriculares são alternativas eficazes. Campanhas como a promovida pelo Instituto Cultural e do Bem-Estar Animal (ICBEM) incentivam o uso de fogos silenciosos, destacando que a tradição pode ser mantida sem prejuízos à saúde e ao bem-estar. "Fogos luminosos oferecem beleza e respeito. É hora de unir tradição e responsabilidade social", conclui Gleison Willy, presidente do instituto.




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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 31/12/2024 - 13:20


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