Fotos: divulgação
Cuidamos dele por sete meses até a adoção
Existem muitas pessoas que ainda criticam duramente o trabalho dos defensores da causa animal. O discurso mais comum e agressivo é a falsa ideia de que o planeta inteiro trata os animais como se fossem seres humanos. Ainda bem que essa premissa não é verdadeira. Caso fosse, o mundo estaria ainda mais violento e cruel. Os casos de violência contra animais estão aumentando. Em 2024, houve um crescimento no número de resgates e de animais que precisaram ser socorridos. Abandono, maus-tratos e violência extrema marcaram o ano. Quem faz um balanço da situação para o Correio da Cidade é Débora de Oliveira Cardoso, pedagoga com 32 anos de experiência na área da educação. Débora é protetora independente há 23 anos e idealizadora do projeto Patas&Tampas, onde atua como coordenadora.
Entrevista
Foi possível perceber que o grupo de vocês trabalhou muito com resgates este ano. O que pode estar acontecendo?
Infelizmente, os casos de abandono e maus-tratos aumentaram significativamente, principalmente entre animais de raça. Muitas pessoas compram animais sem se prepararem para os custos e cuidados necessários, movidas apenas pela empolgação de adquirir uma raça que está na moda. Isso virou um símbolo de status. Além disso, houve um aumento no número de canis clandestinos. Nessas condições, os animais são explorados de forma desumana: adoecem, envelhecem e acabam descartados.
A maioria dos resgates envolve animais abandonados e feridos. Como vocês lidam com essas situações?
Os animais resgatados geralmente estão doentes, mutilados, feridos e emocionalmente traumatizados. É necessário um grande esforço para acolher cada um e cuidar das necessidades físicas e emocionais. O processo é longo: leva tempo até que a dor seja amenizada, o trauma controlado e a confiança restaurada. Em alguns casos, ficamos meses com os animais, até que estejam prontos, física e psicologicamente, para a adoção.
A castração pública continua fazendo um bom trabalho?
O programa de castração gratuita é fundamental. No entanto, mudar conceitos e paradigmas enraizados na sociedade ainda é um grande desafio. Muitas pessoas acreditam, por exemplo, que o animal precisa ter “a primeira cria” ou que a castração o deixa “bobo”. Por isso, consideramos as palestras educativas essenciais. Nosso projeto realiza, ao longo do ano, ações em escolas para conscientizar sobre a importância de preservar o meio ambiente, cuidar dos animais e promover a castração.
Qual é o maior desafio de vocês hoje?
Nosso principal desafio é encontrar mais parceiros para ajudar a cobrir os custos dos resgates e da reabilitação dos animais sob nossa tutela. A renda obtida com a venda das tampinhas plásticas é importante, mas a redução do valor pago pelos recicláveis impactou bastante o orçamento. Temos alguns produtos com a logomarca do projeto, como canetas e adesivos, mas isso não é suficiente. Por isso, lançaremos o “Projeto Padrinhos”, para ampliar a rede de apoiadores e captar mais recursos, garantindo finais dignos e felizes para os animais resgatados.
O que é o Patas&Tampas?
O Projeto Patas&Tampas atua em três pilares: proteção animal, preservação ambiental e sustentabilidade. Seu objetivo é, além de arrecadar recursos para os animais resgatados, conscientizar as pessoas sobre seu papel na preservação do planeta e na promoção da saúde única, que integra o bem-estar humano, animal e ambiental.
Como as pessoas podem ajudar?
É possível contribuir recolhendo tampinhas plásticas, adquirindo nossos produtos, participando do bazar online ou tornando-se um padrinho do projeto.
Quais são os canais para entrar em contato com vocês?
As pessoas podem nos encontrar pelo Instagram ou pelo telefone: (31) 99926-6204.
Bidu foi resgatado neste estado
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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 31/12/2024 - 08:35