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Cultura


Samba pode se tornar patrimônio cultural em Minas Gerais



Foto: José Geraldo Dutra



O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) realizou, no início do mês de dezembro, uma reunião online com o objetivo de “fomentar o diálogo com especialistas atuantes na área do patrimônio cultural” e “divulgar a abertura do cadastro do Samba em Minas Gerais”. A mediação da reunião ficou a cargo de Carol Ministério, historiadora, educadora, produtora cultural, mestra e doutoranda em Artes, além de gerente de Difusão e Educação para o Patrimônio Cultural do Iepha-MG.

Os participantes convidados foram:

Nilcemar Nogueira: Mulher negra do Morro da Mangueira, neta de Cartola e Dona Zica, formada em Nutrição, mestra em Bens Culturais, doutora em Psicologia Social, fundadora e diretora executiva do Museu do Samba. Ex-secretária Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, onde teve como uma de suas bandeiras a valorização da cultura afro-brasileira, criando diversas iniciativas e apoiando produtores culturais. Também atuou no reconhecimento do Cais do Valongo como Patrimônio Mundial. Parte de sua missão é voltada para o resgate e a preservação de importantes traços da identidade cultural do Brasil, destacando-se o Samba como forte instrumento de afirmação social. Foi coordenadora da pesquisa que levou ao registro do Samba do Rio de Janeiro como patrimônio cultural do Brasil pelo Iphan.
Elzelina Dóris dos Santos: Mestra em Educação pela UFMG, cantora, autora e coordenadora do programa “Cantando e Contando a História do Samba”, que tem o objetivo de preservar e divulgar a memória social, cultural e musical do Samba. O programa foi premiado como iniciativa de promoção de inclusão racial pelo CEERT/SP - Centro de Estudos das Reações de Trabalho e Estatísticas sobre Desigualdades Sócio-Raciais. Lançou em 2007 o CD “Dóris Canta Samba”, em junho de 2022 o EP “Dóris Vivências” e em 2023, o single “Sambas das Pretas”.
Rafael Galante: Historiador, etnomusicólogo, mestre e doutorando em História Social pela Universidade de São Paulo, onde realiza a pesquisa “Iconografia musical do Atlântico Negro: Brasil – África Central e Austral, um inventário analítico (Sécs. XVI-XIX)”.

Segundo o Instituto, o samba é identificado como uma prática cultural atual, espalhada por Minas Gerais, com grupos e coletivos em diversas regiões do estado, que expressam, a partir do samba, uma forma de reconhecimento identitário fortalecida, alimentada e recriada cotidianamente em batuques, rodas de samba, quintais, terreiros, escolas de samba e diversos outros espaços de atuação.

Com base nessas premissas, o Instituto propôs e lançou o Cadastro do Patrimônio Cultural como um instrumento para potencializar a identificação e caracterização dos grupos, coletivos e expressões associadas ao samba, além do mapeamento de sua difusão e fixação pelo território mineiro. A partir desse cadastro e de outras ações, o Iepha criará um dossiê que será votado pelo Conselho Estadual do Patrimônio e Cultura (Conep), com o objetivo de tornar o samba Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Minas Gerais. O cadastro não tem data para término e o processo deve se estender pelos próximos meses.

O cadastro dos fazedores de samba deve ser realizado através do link disponível na página oficial do Iepha: https://www.iepha.mg.gov.br/index.php (procurar a aba “Programas e Ações” e clicar em “Cadastro do Patrimônio Cultural”). Interessados em fazer o cadastro podem procurar a Liga das Entidades Carnavalescas de Conselheiro Lafaiete (Lecal), que estará à disposição.

Por Luiz Otávio da Silva
Pesquisador; Graduado em Letras;  Pós-graduado Especialista  em História; Pós-graduando em Arquitetura e Patrimônio;  Pós-graduando em Arqueologia e Patrimônio e  Secretário da Liga das Entidades Carnavalescas de Conselheiro Lafaiete.




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Postado por Rafaela Melo, no dia 27/12/2024 - 20:20


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