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Negros conquistam espaço no ensino superior, mas desigualdades persistem



Foto: Exame


 

 

A presença de estudantes negros nas universidades brasileiras vem aumentando ao longo dos anos, mas ainda há desafios significativos a serem enfrentados. Dados do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra), com base no Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontam uma transformação significativa entre 2010 e 2019. Enquanto, em 2010, apenas 10,7% dos universitários eram negros, em comparação aos 19,8% de brancos, em 2019, esse índice subiu para 38,2%, próximo aos 42,5% dos brancos. A pesquisa completa será disponibilizada no próximo dia 19, no site do Cedra.

 

Declaração de cor-raça avança

Um dos principais desafios para mapear desigualdades raciais na educação é a identificação étnico-racial dos alunos. Em 2010, 68,5% dos estudantes não haviam declarado sua cor ou raça, percentual que caiu para 17% em 2019. Esse avanço é crucial para a formulação de políticas públicas mais eficientes, destaca o Cedra.

 

Impacto das cotas nas universidades públicas

Entre 2014 e 2019, as cotas instituídas pela Lei nº 12.711/2012 foram determinantes para o aumento do número de negros em instituições públicas. Durante o período, a participação de pretos e pardos saltou de 26% para 43%, ultrapassando os estudantes brancos, que representavam 40%.

 

Desafios no setor privado

Na rede particular, a presença de negros também cresceu, mas ainda está distante da equidade. Em 2014, eles eram 20,8% dos alunos e passaram a 36,8% em 2019. Já os brancos, que representavam 30,9%, subiram para 43,2%.

 

Diferenças entre gêneros e cursos

A análise também revela disparidades de gênero e perfil étnico-racial. Em 2019, as mulheres negras eram maioria nas instituições de ensino superior, alcançando 43,1%, enquanto as brancas representavam porcentagem menor. Entre os homens, a distribuição entre negros e brancos foi semelhante, com ambos os grupos em 41,8%. Em cursos como Engenharia Civil, Elétrica e Mecatrônica, os negros ainda eram minoria em 2019, tanto nas universidades públicas quanto privadas, mostrando um padrão que persiste desde o início da análise, em 2014. O levantamento do Cedra reforça a importância de iniciativas que promovam a inclusão e a permanência da população negra no ensino superior, visando reduzir desigualdades históricas e criar um ambiente maisigualitário.

 

 

 

 

 

 




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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 20/11/2024 - 10:20


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