Foto: Ministério da Saúde
O câncer de próstata, responsável por cerca de 16 mil mortes anuais no Brasil, ainda é cercado por desinformação e preconceito, fatores que levam muitos homens a evitar exames preventivos cruciais para a detecção precoce. Esse diagnóstico antecipado é essencial para tratamentos mais eficazes, aumentando significativamente as chances de cura. Com o objetivo de reverter essa situação, a campanha Novembro Azul, realizada anualmente, busca conscientizar os homens sobre a importância dos exames. O Congresso Nacional participa ativamente, iluminando o edifício-sede de azul e promovendo eventos que reforçam a necessidade de cuidados preventivos. Além disso, projetos de lei relacionados ao tema são discutidos para ampliar o esclarecimento sobre a saúde masculina. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre homens brasileiros, representando 29,2% dos tumores. Em 2020, foram registrados 65.840 novos casos e 15.841 óbitos. A prevenção pode ser feita por meio de exames tanto em homens com sintomas quanto naqueles sem sinais, visando atingir principalmente os grupos de risco.
— Quem possui histórico familiar de câncer de próstata deve iniciar o rastreamento aos 45 anos. Aqueles sem casos na família podem esperar até os 50. Na fase inicial, a taxa de cura da doença chega a 95%, reforçando a importância da detecção precoce — explica o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), urologista e apoiador da campanha Novembro Azul.
Trad também descreve o exame de toque retal, procedimento rápido e essencial para detectar anomalias na próstata. Esse exame é muitas vezes complementado por avaliações clínicas e laboratoriais. Cerca de 20% dos casos são detectados apenas pelo toque retal, o que enfatiza sua importância. No Sistema Único de Saúde (SUS), os homens têm acesso gratuito a exames como biópsia, ultrassonografia e dosagem de antígeno prostático específico.
Criada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em 2011, a campanha Novembro Azul inspirou-se no movimento internacional Movember, que encoraja homens a deixar o bigode crescer em apoio à saúde masculina. O tema da campanha deste ano é #azultitude, com a proposta de incentivar os homens a assumir uma postura proativa em relação à saúde.
A senadora Zenaide Maia (PROS-RN) destaca a gravidade da doença e a necessidade do exame preventivo, comparando a mortalidade masculina pelo câncer de próstata à feminina pelo câncer de mama. Já o senador Paulo Paim (PT-RS) reforça que, devido ao caráter silencioso da doença, o monitoramento periódico é essencial para aqueles que atingem a terceira idade.
Outros projetos de lei no Congresso têm o objetivo de ampliar a conscientização sobre a saúde do homem. O PL 4.967/2020 propõe oficializar o Novembro Azul em lei, enquanto o PL 3930/2021, em análise no Senado, visa instituir o Novembrinho Azul, campanha voltada para a saúde de meninos. Um terceiro projeto, o PL 4.968/2020, sugere a distribuição de materiais informativos sobre câncer aos trabalhadores, além de permitir ausências para exames preventivos sem impacto salarial.
Além do câncer de próstata, o mês de novembro é também dedicado à conscientização sobre o diabetes, com o Novembro Diabetes Azul. De acordo com o Ministério da Saúde, o diabetes é a quarta causa de morte no Brasil. A campanha busca educar a população sobre os sintomas e os riscos dessa doença, que afeta a produção de insulina e, quando não controlada, pode provocar complicações graves, como cegueira e amputações.
Em 14 de novembro, Dia Mundial do Diabetes, diversos pontos turísticos serão iluminados em azul, e sessões especiais no Congresso discutirão a importância da prevenção e do cuidado contínuo com a saúde.
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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 10/11/2024 - 15:22