Durante o congresso de 2024 da Sociedade Europeia de Cardiologia, especialistas surpreenderam ao redefinir o conceito de pressão arterial normal, estabelecendo um novo limite de 120/70 mmHg (12 por 7) como padrão mais seguro para a saúde. A medida, que substitui o valor tradicional de 120/80 mmHg (12 por 8), surge em resposta a estudos que apontam que uma leve redução na pressão arterial pode trazer maior proteção cardiovascular. Segundo o cardiologista José Maria Braga Neto, da Livemed Gestão em Saúde, "quanto mais baixa a pressão arterial, dentro de limites saudáveis, menor o risco de doenças cardiovasculares como infartos e derrames".
A mudança, embora significativa, levanta questões sobre sua aplicabilidade fora do continente europeu. "No Brasil, é necessário avaliar se essa diretriz faz sentido, especialmente considerando fatores como alta prevalência de obesidade e sedentarismo", explica Braga Neto. Ele ainda pontua que a nova orientação poderia impactar o sistema de saúde ao aumentar os diagnósticos de pré-hipertensão, o que exigiria mais recursos para exames e tratamentos preventivos.
O cardiologista Marcus Malachias, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, destaca que, apesar de guiados por diretrizes, os tratamentos para hipertensão são frequentemente personalizados. “Cada paciente tem suas particularidades, e idosos, por exemplo, podem apresentar sintomas ao reduzir excessivamente a pressão arterial. Precisamos ter um equilíbrio entre as recomendações e as necessidades individuais dos pacientes”, afirma.
Entenda os Tipos de Pressão Arterial e seus Impactos
- Pressão Arterial: A pressão arterial representa a força do sangue circulando nas artérias. No Brasil, a leitura é simplificada para números como “12 por 8”, mas globalmente é comum a medida 120/80 mmHg.
- Pressão Baixa (Hipotensão): Geralmente abaixo de 90/60 mmHg, a hipotensão pode causar sintomas como tontura e cansaço. Embora muitas vezes seja menos preocupante que a hipertensão, pode levar a complicações quando persistente.
- Pressão Alta (Hipertensão): Manter a pressão acima de 140/90 mmHg ao longo do tempo pode danificar as artérias e o coração. A hipertensão atinge 27,9% dos brasileiros, conforme o Vigitel 2023, e está entre os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, a principal causa de morte nas Américas.
Com a nova diretriz, a discussão sobre o valor seguro da pressão arterial ganha força, reforçando a importância da prevenção e do tratamento personalizado, que considera o contexto de cada paciente.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 28/10/2024 - 18:20