Fotos: Antônio Noronha/ Divulgação
Uma proposta, essencial para a modernização do tráfego e revitalização das vias públicas de Lafaiete, está travada na Câmara Municipal de Lafaiete. Trata-se do Projeto de Lei 139-E/2023, que foi retirado da pauta, sob a justificativa de não poder ser votado em período eleitoral. A proposição prevê a contratação de empréstimo de R$ 50 milhões, pela Prefeitura, para criação de vias e recapeamento de ruas e avenidas da cidade – algumas delas, em situação bastante precária.
A operação de crédito seria realizada junto ao Banco do Brasil e o dinheiro já tinha destino certo, incluindo a construção de uma avenida perimetral, interligando MG-482, MG-129 e BR-040, iniciando ao lado da Unipac e passando nas proximidades das obras do Hospital Regional, seguindo pela avenida Rosa Dutra até atingir a BR-040. Outra iniciativa prevista era o alargamento e pavimentação de aproximadamente 4 quilômetros, entre a BR-482 e a BR-129, com passeio, pista e canteiro central.
Os recursos também seriam usados no recapeamento de aproximadamente 22 quilômetros de ruas da cidade, incluindo as avenidas Alfredo Elias Mafuz, Santa Matilde, Prefeito Mário Rodrigues Pereira, Monsenhor Moreira e Monsenhor Barreto, além de várias ruas, entre elas: Padre Lobo, Coronel João Gomes, Duque de Caxias, Santa Efigênia, Barão de Suaçuí, Dias de Souza, Barão de Pouso Alegre, Lopes Franco, Francisco Lobo, Benjamim Constant e Arthur Bernardes.
O travamento do projeto chamou a atenção dos candidatos a prefeito de Lafaiete. Ouvidos pelo Jornal CORREIO, os concorrentes analisaram a situação, entre críticas e propostas para o setor. Marco Antônio Reis Carvalho (Republicanos) foi incisivo: “a Câmara não teve competência para fazer o que era necessário, em tempo hábil. Acho que os vereadores não cumpriram com sua obrigação. O recapeamento das ruas de Lafaiete tem que acontecer; elas estão muito ruins, muito esburacadas. Há lugares que nem tem calçamento, está só na terra. Então, os empréstimos e os financiamentos têm que acontecer mesmo”, afirmou.
André Luiz de Menezes (PSDB) analisou: “precisamos de aproximadamente R$ 70 milhões para resolver os problemas das vias públicas. Temos de fazer uma manutenção na nossa usina de asfalto. Ela produz muito, mas sempre está quebrada; precisa passar por uma grande manutenção. São mais de 30 quilômetros de ruas que precisam urgentemente de cuidados”.
Zilda Helena dos Santos Vieira (PT) também ressaltou a necessidade de rever toda a mobilidade urbana de Lafaiete: “só recapear não resolve. Tem que retirar todo o asfalto e fazer de novo; de preferência, com material menos agressivo ao meio ambiente. Em alguns locais, o calçamento com bloquetes intertravados pode ser uma alternativa. Além disso, é preciso dar transparência e abrir a agenda da Secretaria de Obras, para que a população (por meio da internet) possa acompanhar todo o calendário, evitando o uso político dessas obras”, considerou.
Marcos de Paula (PMB) avaliou o atual cenário e mostrou-se contrário ao pedido de empréstimo: “a proposta do prefeito, de contrair um empréstimo de R$ 50 milhões para recapeamento, em pleno período eleitoral, levanta uma questão fundamental: por que endividar a cidade, quando há alternativas mais inteligentes e sustentáveis? Nossa ideia é utilizar, de forma eficiente, os R$ 32 milhões do IPVA, acumulando R$ 150 milhões ao longo de quatro anos”, apontou.
Giuseppe Laporte (Podemos), que é vereador, ponderou: “precisamos levar a informação correta e transparente para a população. Trata-se de um empréstimo de R$ 50 milhões, que, com a incidência de juros, poderia chegar à casa dos R$ 80 milhões. Por isso, antes de contrair um empréstimo desse porte, precisamos fazer um estudo das ruas mais deterioradas, verificar como está a drenagem, para que os reparos sejam efetivos. Também é necessário otimizar os recursos próprios, ampliar e modernizar a usina de asfalto”, citou.
Leandro Chagas (PRD) disse entender a frustração dos lafaietenses: “as pessoas enfrentam, diariamente, os transtornos causados pelas ruas esburacadas. Realmente, não há como recuperar a infraestrutura de nossa cidade com os recursos atuais. Acreditamos na necessidade de aumento da arrecadação, atraindo mais investimentos para a cidade, e defendemos o uso responsável dos recursos, garantindo que qualquer empréstimo ou recurso seja utilizado de forma estratégica, priorizando as áreas mais críticas”.
Júlio César de Almeida Barros (Rede Sustentabilidade) defendeu a busca de parcerias com os governos estadual e federal: “precisamos captar emendas parlamentares e recursos, para que um novo asfalto seja aplicado nas vias, sem “tapa-buracos”. Já é hora de termos uma solução efetiva para a nossa pavimentação. Devemos zelar por todas as vias, inclusive aquelas que ainda estão na terra”, lembrou.
A candidata Neuza Mapa (Solidariedade), que também foi questionada por nossa Reportagem, ainda não havia se posicionado, até o fechamento desta matéria.
André Menezes
Giuseppe Laporte
Júlio Cesar
Leandro Chagas
Marco Antônio Reis
Marcos De Paula
Zilda Helena
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Postado por Rafaela Melo, no dia 15/09/2024 - 12:20