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Polícia


Tragédias expõem a situação medonha no trevo do bairro Paulo VI

Acidente, envolvendo uma motocicleta e um caminhão, teve uma vítima fatal e deixou outra em estado grave; obras continuam no papel



Fotos: Aquiles Trevizani


Segundo o prefeito Mário Marcus, a trincheira, citada como medida para tornar o trecho mais seguro, é uma obra complexa

Antiga reivindicação de moradores do bairro Paulo VI e de motoristas que trafegam pela BR 040, a realização de obras no trevo daquela região, com facilitação do acesso, por enquanto, ainda não saiu do papel. A ocorrência mais recente aconteceu na terça-feira, dia 4, e teve um trágico desfecho. O acidente, envolvendo uma motocicleta e um caminhão, teve uma vítima fatal. Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), os dois veículos colidiram violentamente e a passageira da moto morreu no local. A outra vítima ficou em estado grave e foi encaminhada ao Hospital e Maternidade São José (HMSJ).
Outro acidente, na manhã de quarta, dia 5, envolveu um caminhão. O Jornal CORREIO conversou com Antônio Neves de Miranda, 50 anos, motorista do veículo. Ele conduzia o caminhão, que transportava óleo, juntamente com o genro, Emerson Cordeiro: “O cruzamento é muito perigoso. Creio que uma trincheira poderia resolver o problema. Estamos acostumados com vários pontos críticos na estrada, mas aquele trevo é um dos piores; sempre acontecem acidentes. O governo da cidade precisa ver isso, já foram muitas vidas perdidas”, lamentou.
Emerson, que estava no caminhão, completou: “Felizmente, não tivemos ferimentos, mas esse trecho da BR-040 é mal sinalizado. Dessa vez, o motorista da frente freou o carro bruscamente e nós estávamos com o caminhão pesado. Não conseguimos frear, batemos no carro da frente, fomos para a pista da esquerda e pegamos um carro na contramão. Eu só bati a cabeça, mas o susto foi grande”, relatou.
Morador do Paulo VI há 34 anos, Carlão de Sousa confirma: “Tenho visto acidentes constantemente aqui no trevo. Realmente é uma área perigosa, e as pessoas arriscam muito. Além da trincheira, deveria haver uma passarela mais próxima ao trevo; colocaram a passarela longe. Daí muita gente quer passar rápido para estudar ou trabalhar e prefere se arriscar. Alguns motoristas também abusam. Já vi alguns passando em cima do canteiro, por pressa”, contou.
Marisa Maria Guilherme Ferreira, 56 anos, também é moradora do Paulo VI. Apavorada com a situação, ela disse já ter presenciado muitos acidentes no local: “É um problema antigo, já passou da hora de resolver. Temos a passarela, mas não adianta, pois não tem manutenção e os moradores acabam tendo medo de passar por ela. O tráfego é muito pesado por aqui, passam muitas carretas. As autoridades precisam olhar por nós. Chega de ver essas tragédias”, lamentou.
Segundo o prefeito Mário Marcus, a trincheira, citada como medida para tornar o trecho mais seguro, é uma obra complexa: “Não podemos correr o risco de afetar o trânsito dessa rodovia, o que impactaria as ruas locais. Tivemos que trabalhar com projetos complementares e identificar a necessidade de alterações para garantir a segurança. Por isso, houve um atraso na execução. Os recursos estão garantidos, os projetos estão prontos, e pretendemos licitar essa obra para iniciá-la em junho ou julho, deixando-a bem adiantada até o fim deste ano”, afirmou. Enquanto isso, permanece o medo e a falta de insegurança naquele trecho da BR-040.
acidentes e mortes
Nos últimos meses, foram diversas ocorrências na altura do km 633, na BR-040. Em dezembro do ano passado, no dia 21, dois carros de passeio colidiram. No mesmo mês, uma mulher morreu. Sara Pereira Dias Augusto, de 34 anos, estava na garupa de uma moto, quando foi atingida por um Uno, próximo ao trevo. A jovem trabalhava no comércio de Lafaiete, residia no bairro Amaro Ribeiro e era natural de Queluzito.
Em janeiro, a situação levou moradores do bairro Jardim Europa a realizarem um protesto. Na ocasião, a Prefeitura Mu­nicipal confirmou que os recursos para a trincheira já estavam garantidos, anunciando obras para este ano. Os manifestantes cobraram uma solução imediata: “Nosso lema é ‘chega de mortes’. Prefeito, nós queremos a trincheira. Chega! Choram pais, choram mães, choram filhos. Chega de tragédia”, pediu a moradora Leandra Ro­dri­gues, em um vídeo publicado nas redes sociais.
Sem qualquer indício do começo das obras, novo acidente aconteceu em março, deixando três pessoas feridas. Dois carros bateram, no dia 6. As vítimas foram atendidas no Hospital e Maternidade São José. Ainda em março, no dia 30, um carro e uma moto colidiram próximo à saída da avenida Geraldo Plaza, no bairro Paulo VI.

Antônio e Emerson estavam em um caminhão, envolvido em mais um acidente no local: “o trecho é perigoso demais”; Carlão de Sousa confirma: “Tenho visto acidentes constantemente aqui no trevo




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Postado por Rafaela Melo, no dia 16/06/2024 - 13:20


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