Foto: Agência Brasil
Um estudo realizado pela Fundação do Câncer revelou que o tabagismo é responsável por 80% das mortes por câncer de pulmão no Brasil. Os resultados foram apresentados durante o 48º encontro do Group for Cancer Epidemiology and Registration in Latin Language Countries Annual Meeting (GRELL 2024), realizado na Suíça.
O epidemiologista e consultor médico da Fundação do Câncer, Alfredo Scaff, destacou a importância de divulgar esses dados para a sociedade, visando ações de prevenção da doença. Scaff enfatizou a relação direta entre o hábito de fumar e o desenvolvimento de câncer de pulmão, classificando o tabagismo como o principal responsável pela maioria dos casos da doença no Brasil e no mundo.
Explicou que o tabagismo não se restringe ao câncer de pulmão, causando uma série de outras doenças, como destruição dos dentes, lesões de orofaringe, enfisema, hipertensão arterial, infarto do miocárdio e AVC. Estes problemas resultam em elevados custos para o setor público e perdas econômicas devido à redução da produtividade e aposentadorias precoces.
O cigarro eletrônico, segundo Scaff, pode agravar ainda mais a situação, aumentando o número de óbitos por câncer de pulmão relacionado ao tabagismo. Ele alertou que esses dispositivos são uma porta de entrada para o vício entre os jovens e podem levar ao desenvolvimento de várias doenças pulmonares graves, incluindo uma condição conhecida como Evali. Além disso, há riscos de queimaduras graves causadas pela explosão das baterias dos cigarros eletrônicos.
O estudo também revelou que o câncer de pulmão gera um gasto anual de cerca de R$ 9 bilhões, considerando custos diretos com tratamento, perda de produtividade e cuidados com pacientes. A indústria do tabaco, no entanto, contribui com apenas 10% dos custos totais das doenças relacionadas ao câncer de pulmão, que chegam a R$ 125 bilhões.
Para 2024, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima o surgimento de 14 mil novos casos de câncer de pulmão em mulheres e 18 mil em homens no Brasil. Análises da International Agency for Research on Cancer (IARC), realizadas pela Fundação do Câncer, indicam que, se o comportamento de consumo de tabaco continuar inalterado, a incidência da doença pode aumentar em mais de 65% e a mortalidade em 74% até 2040.
A pesquisa mostrou que muitos pacientes procuram tratamento já em estágios avançados da doença, com 63,1% dos homens e 63,9% das mulheres apresentando quadros graves ao serem diagnosticados. Este padrão é observado em todas as regiões do Brasil.
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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 18/05/2024 - 09:30