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Cultura


Produtor cultural, Ricardo Aleixo, relembra trajetória do Carnaval em Lafaiete



Foto: Arquivo Pessoal


 

Deixando um pouco de lado as folias de outrora, das terras de Queluz, nos reportamos ao pós anos 60, quando nosso carnaval  já trazia, escolas de samba, grandes blocos caricatos e clubes sociais espetaculares. Em terras de Queluz, nos anos 60, desfilavam pelas praças, a Escola de Samba Engole Ele Paletó, formada por homens de bom humor e muito samba no pé, além de muita "branquinha", pelas vias- sacras nos butecos. O porta-bandeira era homem, para se ter uma ideia.

Bando da Lua mandava os trapalhões para a praça, com muito charme, e começavam a aparecer os blocos irreverentes, que influenciou e abriu novo espaço para a folia, em Lafaiete. A folia de rua, veio com influência da irreverência do Bloco Aôio, se alastrando para o blocos Burrinho na sombra, Tira o Óculos, Bloco do Pijama, Bloco do Boi, Zunidos do Cemitério, Bloco de Mé, Pão Moiado, entre muitos outros, que faziam do Carnaval lafaietense um dos melhores de Minas Gerais, no sentido da folia.

Não podemos deixar de ressaltar a importância do bloco da Gerarda, que saía da rua Benjamin Constant, da serraria do Zé Tiziu, nos anos sessenta, e era aguardada com expectativa, por todos, às portas e janelas até a praça.

Ao final dos anos setenta, começaram a aparecer as escolas de samba, com desenvolvimento de enredos e o blocos caricatos, peculiares a Minas Gerais.  Apresentei o primeiro enredo da Escola Engole Ele, “Entradas e Bandeiras”, e naquele carnaval de 1978, se apresentavam as escolas de samba, além do Engole, Acadêmicos, Os Infernais...Mocidade Unida do Independente, Partido Alto, Unidos do São João, Canto do Sabiá, Bloco  Caricatos Loucos da Bateria e Bloco Caricatos Quem São Eles. Já chegaram a desfilar sete escolas de samba, nas passarelas da cidade, envolvendo milhares de foliões.

Nos anos oitenta, no afã de salvar o  carnaval, após a morte de Zéuiz (de Os Infernais), foi criada uma grande  escola de samba, a Real de Queluz, com dissidências de Os Infernais e agregando Juquita e família, Engole Ele, família Aleixo e Bloco Loucos da Bateria, escola esta que desafiou a hegemonia Engole/Infernais, sagrando-se bi-campeã da cidade. Outra instituição importante do carnaval de Queluz são a Unidos do São João, com seus líderes Adão da Silva, Zebrinha, Jorge Madalena, Valtinho, além de outros. A escola de samba Real de Queluz, chegou a desfilar com 180 componentes na bateria, incluindo pandeiristas, e um total de mais de setecentos figurantes. Clubes, contávamos com o Clube Carijós, Dom Pedro, Sider Clube, Santa Cecília e Bando da Lua, todos com bandas instrumentais da melhor qualidade e os salões cheios madrugada a fora. O auge do Carnaval de rua de Lafaiete foi nos anos oitenta, com a chegada da Escola de Samba Real de Queluz.

Por Ricardo Aleixo (Bijinho)

Empresário, produtor cultural e um dos fundadores da Escola de Samba Real de Queluz

 




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Postado por Rafaela Melo, no dia 11/02/2024 - 11:30


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