Tempo em Lafaiete: Hoje: 23° - 14° Agora: 18° Sábado, 23 de Novembro de 2024 Dólar agora: R$ 5,801 Euro agora: R$ 6,040
Comunidade


Cães mordem 5 pessoas por semana em CL

Cidade responde por 95% dos casos informados pelo Sinam para 14 municípios da região; saiba como agir em situações como essas



Foto: Freepik


Segundo a médica infectologista Fernanda Neves, em caso de mordida, é preciso lavar o ferimento com água e sabão

A cada semana, cinco pessoas são mordidas por cães em Lafaiete. De acordo com a base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), só em 2023, 247 moradores da cidade receberam atendimento antirrábico após mordedura canina. O número representa 95% das 259 ocorrências registradas nas 14 cidades pesquisadas. São 1.735 atendimentos nos últimos 4 anos. Para se ter uma ideia, o segundo maior número de registros ocorreu em Cristiano Otoni – 4 casos em 2023 e 36 em 4 anos. Se forem considerados todos os atendimentos antirrábicos que necessitaram de utilização de vacina e/ou soro (pré-exposição ou pós-exposição), esse total chega a 391, ou seja, mais 1 caso por dia.


O lado positivo é que, apesar de muito expressivos, os números representam uma queda de 47,3% se comparados a 2022, quando 469 lafaietenses foram mordidos por cães, ou de 53,4% em relação a 2021 (530 casos). Vale lembrar que os dados de 2023 podem sofrer alteração devido a atualização do banco de dados do SINAN/­Ministério da Saúde. “Aprovei­tamos a oportunidade para destacar que o município de Lafaiete possui um programa de controle populacional ético de cães e gatos, o ‘Quem ama castra’, que vem apresentando excelentes resultados, impactando diretamente na redução do número de ocorrências relacionadas ao atendimento antirrábico humano”, afirma a diretora da Vigilância em Saúde, Tatiane Tavares Rezende Lana.


Problema urbano - O grande número de cães soltos pelas ruas de Lafaiete foi alvo de várias críticas e dividiu preocupações nos últimos anos. De um lado, pessoas que temem pela sua segurança, diante dos relatos de vários ataques em diferentes bairros da cidade. Do outro, cidadãos que temem pela segurança dos cães, que sem tutores definidos, seguem expostos a maus tratos, fome e morte. Com frequência, leitores acionam a coluna “Qual é a sua denúncia?”, relatando problemas com cães soltos ou mal cuidados. Foi o que ocorreu com César Rodrigues de Souza, de 45 anos. No dia 6 de julho, o motociclista passava pela rua Arthur Bernardes, no São João, quando foi atacado. Com vários ferimentos na perna, ele precisou ser socorrido e hospitalizado.


“O homem que me socorreu disse que foi mordido, ficando muito ferido no pé e nas nádegas. A enfermeira que cuidou de mim disse que também foi mordida. Há relatos de outras pessoas atacadas no mesmo local, principalmente quem está de moto, e as autoridades nada fazem”, afirmou, na época.
A preocupação de ambas as partes se justifica, em razão do avanço da raiva no estado. Essa doença infecciosa viral aguda grave acomete mamíferos, inclusive o homem. Ela é transmitida pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, arranhadura e/ou lambedura. “O Ministério da Saúde possui protocolos e fluxogramas que servem de guia para profissionais de saúde, com indicação correta de vacina e soro, a depender do tipo de exposição e do animal agressor. As principais espécies envolvidas no Brasil são cães, gatos, morcegos, cachorro-do-mato e saguis, mas todos mamíferos são susceptíveis à raiva”.

Entre as ações de prevenção, estão a profilaxia da raiva humana, por meio da vacinação e aplicação de soro ou imunoglobulina antirrábica humana. Somente o profissional de saúde indicará a necessidade ou não da profilaxia. Segundo a médica infectologista Fernanda Neves Rosa, em caso de mordida, é preciso lavar o ferimento com água e sabão, não colocar nenhum produto na ferida e procurar atendimento médico para saber se haverá necessidade de tomar vacina antirrábica ou soro. “Se possível, deve-se observar o animal por 10 dias, para saber se o mesmo ficará doente. As pessoas de todas as idades devem manter a vacina antitetânica em dia”, orienta.

Nota da Redação: O Jornal CORREIO tentou entrar em contato com dois veterinários da cidade para conhecer os motivos da quantidade de ocorrência das mordidas de cachorro, mas não obtivemos respostas até o fechamento desta edição.




Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383


Postado por Rafaela Melo, no dia 28/01/2024 - 15:40


Comente esta Notícia