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Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicado em 2023, revelou que os efeitos colaterais da pandemia de Covid-19 na saúde humana são profundamente preocupantes. Intitulado "Mudanças nas doenças crônicas e os fatores de risco e proteção antes e após a terceira onda da Covid-19 no Brasil", a pesquisa analisou dados do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 54 mil pessoas em todo o país, com ênfase nos anos de 2019 (pré-pandemia) e 2021 (pós).
Segundo o estudo, os brasileiros tornaram-se mais sedentários, obesos, hipertensos, diabéticos e negligenciaram exames preventivos após o período pandêmico. A inatividade física aumentou de 13,9% em 2019 para 15,8% em 2021, com um crescimento mais expressivo entre as mulheres. O comportamento sedentário, definido como passar grande parte do tempo sentado, também evoluiu, atingindo 66% da população em 2021.
A obesidade e o excesso de peso tiveram um aumento significativo, passando de 55,4% em 2019 para 57,2% em 2021/22. A prevalência de obesidade subiu de 20,3% para 22,4%, destacando um aumento notável entre os homens.
De acordo com a primeira autora da pesquisa e professora da Escola de Enfermagem da UFMG, Deborah Carvalho Malta, as mudanças nos hábitos de vida são alarmantes. O sedentarismo foi atribuído à transformação de atividades presenciais em virtuais, resultando em uma redução de cerca de 30% no deslocamento ativo.
O estudo também revelou um aumento na prevalência de hipertensão e diabetes na população, com acréscimos de 1,8 ponto percentual e 1,6 ponto percentual, respectivamente.
Além disso, a pesquisa apontou uma queda na realização de exames preventivos de câncer em mulheres. A cobertura de mamografia e citologia do colo do útero nos últimos dois anos registrou reduções de 4,1 pontos percentuais e 4,3 pontos percentuais, respectivamente.
A psicóloga Luana Cristina de Andrade compartilhou sua experiência, refletindo os desafios enfrentados por muitos durante a pandemia, que impactaram negativamente seus hábitos saudáveis.
Segundo Deborah Carvalho Malta, os dados de 2023 não apresentam uma reversão positiva dessas tendências, sugerindo a necessidade urgente de investimentos em políticas públicas para promover um estilo de vida mais saudável. A pesquisa destaca a importância de conscientização e esforços coordenados para lidar com as consequências de longo prazo na saúde da população brasileira.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 16/01/2024 - 18:20