Foto: divulgação
Congonhas recebeu a visita de duas especialistas da Universidade Simon Fraser, de Vancouver, no Canadá, que compartilharam valiosas estratégias educacionais com os pais da rede municipal. Nessa entrevista, as educadoras Taís e Roberta Bento, membros da universidade e fundadoras do projeto educacional SOS Educação, discutem como a parceria surgiu e o impacto das novas abordagens na educação das crianças.
1.Como surgiu a parceria com a Universidade Simon Fraser, de Vancouver no Canadá, e como isso influencia o trabalho de vocês?
A parceria surgiu através da sintonia entre nossos conteúdos, que trazem descobertas recentes da Neurociência Cognitiva, colocadas em linguagem simples e prática, para as famílias conseguirem ajudar seus filhos a terem uma relação mais leve com a aprendizagem e melhor desempenho na aprendizagem.
2. O que motivou a vinda de vocês para Congonhas e como veem a oportunidade de compartilhar seus conhecimentos com os pais da rede municipal?
Viemos a convite da Secretaria Municipal de Educação de Congonhas, que vem fazendo ações de grande importância com o objetivo de estreitar a parceria entre família e escola.
3. Quais são os principais desafios que os pais enfrentam hoje em relação ao envolvimento e motivação de seus filhos na escola?
Falta de concentração, dificuldade de foco, baixa motivação para ir à escola, fazer a lição de casa e conflitos na relação com os colegas e adultos responsáveis. Esses são apenas alguns dos desafios que enfrentamos na educação de crianças e adolescentes nascidos na era digital. E para os quais trazemos estratégias que os adultos responsáveis podem aplicar em casa, na rotina da família para garantir que os filhos vençam esses desafios.
4. Como equilibrar o uso de telas, como smartphones e computadores, na educação das crianças, especialmente considerando os desafios da era digital?
O equilíbrio no uso de telas não é encontrado a partir da hora-relógio. Quando os pais, ou adultos responsáveis, fazem pequenos ajustes na rotina da família, garantindo momentos de convivência com os filhos em atividades diárias, o equilíbrio no tempo de telas é uma consequência natural. Na palestra explicamos quais são essas atividades que precisam fazer parte da rotina e como colocar em prática os pequenos ajustes que levam ao equilíbrios.
5. Poderiam compartilhar algumas dicas práticas para os pais auxiliarem seus filhos a melhorar o desempenho escolar?
Vamos deixar duas formas muito simples, que trazem um enorme impacto no quanto crianças e adolescentes se motivam para ir à escola, aprender novos conteúdos, conviver socialmente e desenvolver o potencial pleno.
A primeira é fazer pelo menos uma refeição do dia em família, com todos sentados à mesa e sem nenhuma tela ligada. As refeições em família, sem interferência de telas são fundamentais para que nossos filhos desenvolvam paciência, foco, habilidades de autorregulação das emoções.
A segunda dica é resgatar nossas brincadeiras de infância e ensinar a nossos filhos como se divertir fora das telas. Além do desenvolvimento de muitas habilidades, brincar ou jogar, jogos de tabuleiros, baralho, dominó, ajuda a estreitar o vínculo entre pais e filhos, tornando assim a aprendizagem na escola mais leve e com melhores resultados.
6. Qual é a importância do diálogo entre escola e família no desenvolvimento educacional das crianças?
A parceria entre Escola e Família é o único caminho para o sucesso na educação de nossas crianças de forma que elas desenvolvam todo potencial de aprendizagem. Os desafios da vida moderna requerem a união de pais e professores, para que juntos possamos vencer desafios que não faziam parte da nossa vida, quando nós, os adultos de hoje, éramos os alunos. Essa relação de parceria precisa ser construída e fortalecida a partir de compartilhamento de novas descobertas sobre o funcionamento do cérebro e também com base em uma relação de confiança entre família e escola.
7. Quais são os resultados positivos que podem ser alcançados quando os pais estão mais envolvidos na educação de seus filhos?
Um enriquecimento na base de habilidades que são fundamentais para um bom relacionamento com os estudos: foco, concentração, senso de responsabilidade, paciência, entre outras.
8. Como vocês veem a educação no futuro, especialmente considerando os avanços na neurociência cognitiva?
Cada vez mais precisaremos dos momentos em família e da parceria com a escola para educar filhos que consigam equilibrar o uso das telas com a convivência no mundo real. Caso contrário, os casos de ansiedade, depressão e dificuldade na relação com os estudos terão frequência e intensidade cada vez maior.
9. Que conselhos vocês dariam aos pais que desejam ser mais ativos na educação de seus filhos, mas não sabem por onde começar?
- Participar das ações propostas pela escola: eventos, reuniões, palestras.
- Ser o modelo para os filhos no equilíbrio de uso das telas.
- Seguir o @soseducacao nas redes sociais, para dicas práticas que postamos todos os dias.
10. O que os pais podem esperar das atividades e palestras que vocês estão conduzindo em Congonhas durante a visita?
Os pais saem da palestra com energia renovada e com estratégias muito práticas que podem ser colocadas em prática imediatamente, em casa. O impacto na relação com os filhos e na motivação que eles têm para os estudos pode ser notado em curtíssimo espaço de tempo!
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Postado por Nathália Coelho, no dia 05/10/2023 - 18:20