Há mais de 240 anos, o Jubileu do Bom Jesus de Matosinhos tem sido uma festa religiosa que reúne milhares de peregrinos em Congonhas. Junto com os devotos, inúmeros comerciantes também se instalam pelas ladeiras que levam ao Santuário. No período de 7 a 14 de setembro, aqueles que vêm para a celebração religiosa também aproveitam para explorar as centenas de barracas que oferecem uma variedade de produtos.
A presença do comércio paralelo remonta aos primeiros anos da festa religiosa. De acordo com o historiador André Candreva, em seu artigo sobre a história do Jubileu de Congonhas, comerciantes, em sua maioria vindos de São Paulo, começaram a se estabelecer ao longo da ladeira Bom Jesus no final do século 18. Muitos deles criaram raízes na região e ocuparam os mesmos espaços por vários anos.
Por mais de dois séculos, as barracas se estenderam desde a Basílica do Bom Jesus até a Praça da Matriz Nossa Senhora da Conceição, passando pelo centro da cidade. A partir dos anos 1920, com a popularização do trem e dos caminhões como meios de transporte, muitos romeiros desembarcavam na Estação Ferroviária de Congonhas. Com o grande fluxo de pedestres na Estação, barracas também eram montadas na Avenida Governador Valadares e na Rua Dr. Paulo Mendes, que dá acesso ao CET.
Com o crescimento da cidade, o aumento da frota de veículos e a extinção do trem de passageiros, nas últimas décadas foi necessário ajustar a instalação das barracas para garantir o fluxo normal do trânsito municipal.
A tradição das barracas, que vendem de tudo, continua na atualidade, atraindo turistas para a cidade. Para muitos, fazer uma volta pelo "shopping-leu" ou saborear uma maçã do amor ou um churro faz parte da experiência. Quem não se lembra de algum som ou propaganda que algum comerciante usava - ou ainda usa - para chamar a atenção dos peregrinos e vender seus produtos? Certamente, as lembranças são muitas.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 12/09/2023 - 12:20
