Poupar e investir são práticas indiscutíveis para quem deseja algum conforto e estabilidade financeira ao decorrer da vida. As duas, em conjunto com economizar e evitar gastos, são fundamentais para desenvolver de forma eficiente a educação financeira.
De acordo com a educadora financeira e especialista em comportamento do consumidor, Thaís Mara Lopes Henriques, este cenário reflete bem a realidade: um país no qual ainda prevalece um comportamento financeiro totalmente imediatista: o que se ganha, se gasta. E em muitos casos a situação é gravíssima: gasta-se mais do que se ganha, gerando endividamento.
"Muitas pessoas querem começar a investir sem possuir o hábito de poupar, ou sem ter alguma quantia de dinheiro já poupada. Seria a mesma situação de uma criança querer correr antes de andar, ou um estudante se candidatar para um concurso público de nível superior sem ter se formado na universidade. ", compara a especialista.
Para entender melhor o assunto, segundo a educadora é importante saber a diferença dos conceitos de poupar e investir
Poupar significa economizar. Isso envolve tudo, principalmente modificar o comportamento imediatista. Não mais receber um dinheiro e gastá-lo no mesmo instante. Para poupar é preciso se conscientizar e se planejar, de forma que as despesas sejam inferiores à renda obtida sobrando assim alguma quantia.
Já investir significa fazer o dinheiro economizado render de alguma forma. Na prática, trata-se do passo seguinte após conseguir poupar. A quantia que foi poupada será aplicada de forma que ela irá se multiplicar.
"Por mais que não pareça, decidir entre poupar ou investir é simples. Afinal, apenas você, através da avaliação de seus objetivos pessoais, poderá decidir qual ou quais dessas atividades podem ser aplicadas no seu dia a dia, levando em consideração sua atual situação financeira", analisa a educadora.
Para a especialista, saber lidar com o próprio dinheiro, consumir de forma mais consciente, pensar no futuro, conseguir construir um patrimônio e, principalmente, não viver atormentado pelas dívidas podem se tornar práticas simples e cotidianas. Ter o controle da vida financeira significa garantir tranquilidade e, principalmente, melhor qualidade de vida.
"As pessoas que conseguem manter as contas em dia, mas não possuem o hábito de poupar e investir, são totalmente vulneráveis quando ocorre um imprevisto. Problemas de saúde, manutenção no veículo, desemprego, reparos urgentes na casa são alguns exemplos de situações que não avisam quando irão acontecer. Se você não possuir um planejamento, poderá entrar facilmente em desequilíbrio financeiro. A intenção ao expor isso é demonstrar que estamos sujeitos à imprevisibilidade da vida e que começar a poupar e consequentemente investir é de suma importância, quanto mais cedo, melhor", comenta.
Para fixar de vez o hábito de poupar na sua rotina, o primeiro passo é colocar a sua realidade financeira no papel e visualizar os valores: quanto se ganha; quanto se gasta com despesas fixas, temporárias e eventuais. Seria o diagnóstico da sua atual situação.
Não tem segredo, basta pensar bem: poupar corretamente consiste em eliminar as despesas eventuais e reduzir, ao máximo, as fixas. Este é o caminho para você se tornar um poupador.
"Claro que você pode aproveitar promoções para fazer o supermercado, se você de fato precisar daqueles produtos. Outras sugestões são: economizar no consumo de luz, pesquisar preços antes de comprar, trocar o plano de internet por um mais em conta, pagar mensalidades escolares à vista e conseguir descontos ",explica.
Thais reforça o que os economistas costumam dizer: ”dinheiro parado não rende”. Guardar a quantia economizada em casa é sinal de desvalorização, considerando o efeito da inflação. Por isso, recomenda-se investir.
Para a educadora financeira, um dos principais obstáculos para que as pessoas desenvolvam o hábito de investir é o mito de que para se tornar um investidor é preciso ter muito dinheiro. Nada disso! O mercado atual oferece um leque de opções extremamente diversificado e, portanto, acessível para todos os bolsos.
"Para o investidor iniciante, o ideal mesmo é buscar o auxílio de uma corretora de valores ou plataforma séria de investimentos especializada, que possa lhe auxiliar sobre os tipos de investimento mais compatíveis com o seu perfil de investidor. Posteriormente, é importante buscar fontes de informações confiáveis e aprender cada vez mais sobre como investir melhor. As agências avaliarão questões como retorno financeiro, risco do investimento, liquidez, tributos, taxas e, principalmente, os seus objetivos pessoais", orienta.
Como você pôde conferir, poupar e investir são coisas diferentes e ambos são hábitos necessários para você conquistar a segurança financeira. Os dois termos se complementam pois, apesar de serem distintos, é impossível investir sem contar com uma quantia já poupada para aplicar.
Se você está na dúvida sobre poupar ou investir no momento, pense no que você de fato deseja fazer. Se o objetivo é comprar algo em breve, poupar seria a melhor alternativa, pois basta atingir o valor desejado e gastar. Caso você pretenda ter um rendimento maior no futuro, invista o dinheiro guardado. Para isso, é necessário avaliar as melhores opções de investimento do mercado.
Lembre-se, independentemente do seu propósito, poupar será sempre a base do investimento. Logo, a solução para a independência financeira é fazer um planejamento focado no longo prazo.
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Postado por Rafaela Melo, no dia 24/06/2023 - 13:08