Fotos: Divulgação / Domi Valansi
Vista da exposição 'Sofrência'.
A curadoria que reúne obras em exposições temáticas estará em Ouro Preto, Congonhas e Conselheiro Lafaiete. Idealizado pelo colecionador e gestor cultural carioca Fabio Szwarcwald, o projeto Arte nas Estações tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e realização da RKF Consultoria.
Ulisses Carrilho
Com curadoria de Ulisses Carrilho, as mostras levam obras da coleção do Museu Internacional de Arte Naïf – que em 2016 teve suas atividades encerradas no Rio de Janeiro, abrigando o maior acervo do gênero no mundo – para espaços fora do eixo Rio-São Paulo, com o objetivo de disseminar a sua potência. Arte Naïf é o termo usado para identificar a produção de artistas autodidatas, que não tiveram acesso ao ensino formal de arte.
Para o curador, a itinerância é a mecânica comum entre as três mostras distintas, que ocupam temporariamente os espaços e seguem para a próxima estação. "Faz todo o sentido falar de arte popular através dessa estrutura que monta e desmonta, como os grupos de teatro ambulante e de circo", reflete.
Fábio Szwarcwald
Já para Fábio Szwarcwald, diretor executivo do projeto, é um sonho levar um acervo tão rico a lugares que, muitas vezes, não têm oportunidade de receber exposições por falta de investimento: “ Meu objetivo é utilizar a arte e o trabalho destes artistas como uma plataforma de educação, criando uma oportunidade de os espectadores terem uma visão ampliada sobre o mundo que vivemos hoje".
Sobre as exposições
Entre o Céu e a Terra: aborda as fés – sempre no plural. Crenças, manifestações religiosas e crendices populares aparecem em cenas noturnas, céus estrelados, aparições, graças alcançadas, súplicas fervorosas e seres fantásticos do folclore brasileiro. A exposição conta ainda com um núcleo em que estadistas são retratados, como José Sarney e Getúlio Vargas, trazendo para a discussão a necessidade de acreditar numa ideia de Brasil também através da política.
A Ferro e Fogo: nela, artistas populares abordam uma relação integrada entre as questões naturais e políticas. Manifestações e rebeliões são representadas nas obras que trazem cenas de luta pela preservação das espécies: uma mata exuberante, uma terra fértil, um povo nutrido de um forte desejo de construir.
Sofrência: fala sobre apaixonamento e separação por meio de uma narrativa com início, meio e fim. Inspirada nas novelas, essa história apresenta ao público cenas de convívio social, flerte, festas e jogos de sedução, permeadas por poesias e poemas populares.
Para além das obras naïf, cada exposição conta com uma videoarte contemporânea escolhida para dialogar com as temáticas abordadas. O programa educativo tem como foco o trabalho com alunos das escolas de cada região e reforça o diálogo das mostras com as questões da contemporaneidade, abordando o papel do artista, a função social da arte e a aproximação com seus públicos.
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Postado por Frances Elen, no dia 16/04/2023 - 15:31