Desde 1982, o Grupo de Teatro, criado no bairro São João, montava e exibia pequenos espetáculos. Mas foi após 1999 que esses trabalhos começaram a ter nome e independência de apresentações, utilizando espaços adequados para isso. Já ao final da primeira turma do curso de teatro, os 49 alunos formados mostraram seu talento no palco do Teatro Municipal em cinco espetáculos: “Morte e Vida Severina”, “Morte sem sossego”, “Uriel, o Anjinho Transformador do Mundo”, “Cálice e Cale-se” e “Dia a dia na favela.
E essa foi só o início de uma longa lista de espetáculos produzidos desde então, por alunos ou pessoas que, após passarem pelo curso, permaneceram produzindo Teatro na cidade. Em pouco mais de 20 anos de escola já são mais de 200 espetáculos produzidos nas mais diversas modalidades, popularizando a arte na cidade e região. “Foi com títulos como “Na terra do faz de conta”, “O Casamento da dona Baratinha”, “Grilolândia”, “Quem será o novo Rei”, “Os Saltimbancos” e “O Menino e a Árvore”, que bairros, escolas, periferia e zona rural tiveram o primeiro contato com a arte teatral”, relembra o teatrólogo Geraldo Lafayette.
Comédias como “Menopausa para rir”. “Procura-se um Romeu”, “Morrer? Nem morto!” “Tá sobrando alguém na Cama”, “Casa das Tias” e “O Casamento da Mulher Feia” encheram o teatro por diversas vezes e trouxeram prêmios de vários festivais para Lafaiete. O drama, que provoca expressões mais intensas no artista e envolvimento emocional da plateia, também teve lugar em nossa história, em peças como “A Hora da Estrela” (adaptada do texto de Clarice Lispector); “Libertas” (adaptada do texto Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles), “Perfume de Rosas” e “O Cachecol Azul”, produzido mais recentemente, em uma adaptação do texto do lafaietense Cleiber Andrade.
E não podemos esquecer dos espetáculos produzidos pelo grupo de Senhoras, que desde 2001 encantam as pessoas por todos os lugares onde passam. Em seu repertório há peças como “Lafaiete em procissão”; “Ciranda Cirandar”, “Senhoras Gerais”, “Bênção das Águas” e “Brincando de Lembrar ou Lembrando de brincar”, que fazem um trabalho de resgate da memória das atrizes que compõem o grupo Cenas e Ruas de Queluz.
“Seria impossível escrever aqui o nome de todos os trabalhos executados e quantas vezes cada um deles foi levado à cena. Por meio do teatro, muitos temas foram abordados, divertindo, emocionando, informando, orientando e propondo reflexão em muitos espectadores. Aproveito para registrar um dos trabalhos mais importantes realizados pela Casa nos últimos anos, que foi prestado ao Circuito Villas e Fazendas, contando com Teatro a história das doze cidades que compõem a Instituição”, destaca Geraldo Lafayette, que resume em gratidão o sentimento que dedica ao público.
“A todos que se fizeram plateia, o nosso agradecimento. Somente por existir quem nos assiste, contrata, divulga, critica ou aplaude, conseguimos fôlego para resistir, motivação para continuar e condições financeiras para manter o entusiasmo de quem faz teatro no interior de Minas. As histórias contadas pela Casa do Teatro nestes 40 anos, e outras que se escondem nos bastidores desta existência, nos levam a crer que é difícil encontrar nesta cidade alguém que não tenha assistido a uma peça de teatro, seja no Teatro Municipal, no pátio de uma escola, no salão de uma igreja, em uma praça ou no curral de uma fazenda. A Casa passou por todos esses lugares, com prazer”, finaliza.
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Postado por Frances Elen, no dia 05/04/2022 - 18:01