Tempo em Lafaiete: Hoje: 27° - 16° Agora: 23° Sexta, 01 de Novembro de 2024 Dólar agora: R$ 5,869 Euro agora: R$ 6,354
Comunidade


Ataques de cães “de rua” levantam debates sobre abandono de animais

Denúncia de que uma criança foi mordida por um pastor alemão levou à informação de que cachorros de raças estão sendo soltos durante a pandemia



 

Uma menina de 5 anos teve escoriações pelo corpo após ser atacada por um cão de grande porte, possivelmente, um pastor alemão. O animal estava solto no bairro São Sebastião e foi necessário que o Corpo de Bombeiros o recolhesse. O fato foi registrado em dezembro e se somou a outro episódio recente. Meses antes, um pitbull havia atacado um poodle, conforme registrado em um vídeo que viralizou nas redes sociais. Mas por que cães de raça, que antes recebiam tanta atenção, estariam na rua? Eles foram abandonados? Abandonos de cães de raça seriam um reflexo da pandemia?

Os questionamentos sugiram após o Jornal CORREIO receber a denúncia do ataque ocorrido no São Sebastião: “Por volta das 17h da sexta-feira, dia 17/12, um cachorro atacou uma criança de 5 anos aqui na nossa rua, a Vereador Juncal. Nas proximidades desse local geralmente há muitas pessoas fazendo caminhadas e também muitos cães soltos. A menina estava com a mãe, que gritou por socorro. Dois vizinhos conseguiram ajudar. Foi necessário chamar o Corpo de Bombeiros para capturar o cão, que era grande. Disseram que era pastor alemão. É preciso que os órgãos responsáveis tomem uma atitude, pois a situação está ficando perigosa”, alerta a denunciante.

Pedido de recolhimento de animais cresce

Para buscar respostas sobre o assunto, nossa Redação procurou o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que afirmou não ser comum o ataque de cães de grande porta na cidade: “O ataque de cães ocorre de forma isolada. Muitas vezes, tratam-se de animais que são instigados a tal situação e/ou são importunados com algo que os incomode. O mais comum são animais correndo atrás de motos. O que acontece, nesse caso, é que o barulho da motocicleta acaba instigando esses animais a tal atitude. A orientação nesse caso, quando possível, é parar o veículo e, assim, o animal irá recuar”, pontuou o médico veterinário Enderson Fernandes Santos Barreto.

Gerente de Vigilância Ambiental, Enderson Fernandes destaca, ainda, que 90% dos animais vagantes pela cidade não são de rua, e sim, foram abandonados, como caso do pitbull citado na reportagem: “De fato, no último ano, houve um aumento muito expressivo no número de animais de raça abandonados. Não podemos afirmar se tal situação está ligada à pandemia, ou se é uma grande coincidência. Cães de todas as raças têm sido abandonados em nossa cidade. E isso vem acontecendo até mesmo com animais de grande porte, como os equinos. Fazer uma estimativa de abandono é difícil, pelo fato de o CCZ não recolher esses animais saudáveis. Mas, pelo número de solicitações ao setor, estimamos um aumento de cerca de 30% no número de abandono nos últimos 2 anos”, pontua.

Abandonar animal é crime?

Abandono de animais é crime e dá cadeia. A nova Lei Federal nº 14.064/20, que altera a Lei nº 9.605/1998, aumenta a pena de detenção para até 5 anos para crimes de maus-tratos a cães e gatos.

Criança teve várias escoriações pelo corpo

Questão de saúde pública

A causa animal é uma questão de Saúde Pública e as ações devem ser realizadas sempre com um olhar voltado ao conceito de Saúde Única – Meio Ambiente, Saúde Humana e Animal. Conselheiro Lafaiete é referência em todo o país em suas políticas públicas voltadas aos animais: “Temos projetos que são modelo para outras localidades no controle de doenças de caráter zoonótico. Temos um projeto de castração que esteriliza cerca de 100 animais por semana. A falta de políticas públicas eficientes nas cidades vizinhas a nossa reflete diretamente no número de animais abandonados em nossa cidade, bem como o controle de doenças como a leishmaniose e esporotricose. Conselheiro Lafaiete ganhou, por duas vezes consecutivas, um prêmio mundial como Cidade amiga dos animais, o que afirma que estamos no caminho certo, mesmo tendo ainda um longo trecho a percorrer”, avalia Enderson Barreto.
Para o médico veterinário, o apoio e colaboração de toda a população é importantíssimo: “Hoje, temos uma grande rede de voluntários da proteção animal que desempenha um fundamental papel em nossa cidade. Mas as ações não devem se limitar somente aos ativistas da causa, e sim, estenderem-se a toda população. Ao ver um animal ser abandonado e/ou maltratado de qualquer forma, a denúncia deve ser feita a Polícia Militar de Meio Ambiente, por meio do telefone (31) 3062-0145. Cadelas no cio que estão nas ruas devem ser informadas ao Centro de Castração Animal por meio do telefone: (31) 99239-3804. Dessa forma, evitaremos a procriação de animais abandonados nas ruas”, esclarece.

Serviço

Centro de Controle de Zoonoses: (31) 99239 -3799

Centro de Castração Animal: (31) 99239-3804

Polícia Militar de Meio Ambiente: (31) 3062-0145

  • O Jornal CORREIO também enviou questionamento para Associação Lafaietense de Proteção aos Animais (ALPA), ONG que faz muitos recolhimentos de amimais pela cidade. Mas até o fechamento desta matéria, ninguém havia se posicionado.



Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383


Postado por Nathália Coelho, no dia 06/03/2022 - 20:15


Comente esta Notícia