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Cultura


Lafaiete celebra 230 anos de emancipação política




 

Conselheiro Lafaiete celebra hoje, dia 19 de setembro, os seus 230 anos de emancipação política. Com uma população estimada de 129.606 pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade está entres os municípios mais populosos do estado.

Situada na região do Alto Paraopeba, Lafaiete tem hoje como sua principal fonte de renda o comércio. Integra o circuito turístico Villas e Fazendas. Como atrativos turísticos, possui parques, horto florestal, além de belíssimas fazendas.

Sua história pode ser conhecida por meio do Museu e Arquivo Antônio Perdigão, do Museu Ferroviário e do Museu Marcílio Milagres. Na área cultural, a Lafaiete ganhou notoriedade na literatura. Os moradores orgulham-se de dizer que o romance "Escrava Isaura" foi escrito por Bernardo Guimarães na cidade Lafaiete. O município também promove festivais e exposições de artes plásticas, artes cênicas, musicais, literárias e artesanato.

História de Lafaiete

A primeira notícia que se tem da história de Conselheiro Lafaiete, uma das cidades mais antigas de Minas Gerais, é por volta de 1683, dada pela bandeira de Garcia Rodrigues, que fala no arraial de garimpeiros e índios chamado Campo Alegre dos Carijós.

Consta que antes essas paragens já teriam sido visitadas pelo português D. Rodrigo, em 1680/81, e mesmo, anteriormente, pelas bandeiras de Pais Leme (1674) e Lourenço Castanho (1675) que, penetrando no vasto sertão, desbravavam as terras abrindo picadas e caminhos. E na aventura achavam ouro, plantavam roças, criavam arraiais.

Muitos pesquisadores se perderam na selva das hipóteses, para definir os primeiros passos da civilização em Carijós, mas é tido como certo, e a notícia acima é uma confirmação, de que alguns remanescentes da bandeira de Borba Gato, logo após a morte do português D. Rodrigo, vieram minerar na serra de Ouro Branco e, como lá os silvícolas eram ferozes, fizeram sua morada junto aos índios carijós, de boa índole e pacíficos, que tinham sua taba num vasto planalto nos contrafortes da Mantiqueira.

Esses carijós, pertencentes ao grupo linguístico tupi-guarani, tinham vindo do litoral fluminense, fugindo às hostilidades de outras tribos e às maldades dos caçadores de escravos.

De acordo com o arqueólogo Dr. José Vicente César, svd, esses aborígenes já devem ter vindo catequizados, chegando a essa conclusão pelo fato de que “os carijós, desde o início, aceitaram o contato pacífico com os europeus, assimilando o Cristianismo com muito entusiasmo e bons resultados de mútua integração cultural”, chegando a essas plagas antes dos desbravadores das Gerais.

É provável que, já logo nos primeiros tempos, tivessem bandeirantes e índios se congregado na piedosa tarefa de erigir uma primitiva ermida no Campo Alegre dos Carijós, cercada de esteiras e coberta de colmos, onde colocaram as imagens que sempre os bandeirantes traziam consigo, provavelmente onde se localiza hoje o Colégio Estadual “Narciso de Queirós”, na rua Barão de Suassuí, tendo sido encontrados ossos naquele local durante a construção do prédio e antigamente se enterravam as pessoas nas igrejas ou nas suas proximidades.

Foram feitas plantações, levantaram-se choças, e a vida decorria tranquila até que, na última década do Século XVII, começou a corrida em busca de riquezas nas minas auríferas da região. O arraial de Carijós era a passagem obrigatória para Itaverava, Guarapiranga, Mariana e Catas Altas. Tornou-se pouso para os viajantes e entreposto de mercadorias.

Em 1694, a grande bandeira paulista de Manuel Camargo, Bartolomeu Bueno de Siqueira, Miguel Garcia de Almeida Cunha e João Lopes de Camargo oficializou a existência do arraial, que teve, então, um grande desenvolvimento.

Por essa época teria sido erigida uma capela ou igreja de pau-a-pique, dedicada ao culto da Imaculada Conceição, provavelmente onde hoje é a Praça Nossa Senhora do Carmo, de acordo com o que se deduz da Carta de Sesmaria concedida a Jerônimo Pimentel Salgado que, juntamente com Amaro Ribeiro, tiveram reconhecidas as posses de várias léguas de terra em 1711.

O templo era um dos limites citados no documento e devia ser bem frequentado pois, em 1709, o padre Gaspar Ribeiro Fonseca, enviado pelo bispo do Rio de Janeiro Dom Frei Francisco de São Jerônimo, criou a paróquia de Nossa Senhora da Conceição, pertencente à Diocese do Rio de Janeiro, passando a aldeia a chamar-se Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Campo Alegre dos Carijós.

Mandou-se trazer, da cidade de Porto, em Portugal, uma nova imagem da padroeira, em madeira, belíssima em sua concepção artística, que até os dias de hoje é venerada na cidade. O culto à Virgem reunia a população constituída de nobres – alguns descendentes de D. Afonso Henrique, fundador de Portugal – , do povo, ficando, do lado de fora da igreja, os escravos.

Em 1711, chegou a Carijós o Caminho Novo, que encurtava grandemente o tempo de viagem entre o Rio de Janeiro e as minas. Também na mesma época, quando o governador Antônio de Albuquerque dirigiu-se com um contingente mineiro em direção ao Rio de Janeiro para socorrer a Capital, assaltada pelos corsários franceses de Dugay Trouen, um grupo de jovens de Carijós participou da corajosa empreitada.

O aumento dos “fogos”, como se denominavam as moradias, e o crescimento rápido da população, levaram a Irmandade do Santíssimo Sacramento a construir, a partir de 1732, nova Matriz, em imponente estilo barroco, à base de taipa e madeira, no local onde se encontra até hoje, a qual recebeu posteriormente uma sapata de pedras ao seu redor.

Em 1752 iniciou-se a construção da Igreja de Santo Antônio e, em 1764, da Igreja de Nossa Senhora do Carmo.

Quando o ouro diminuiu e a cobrança dos quintos sobrecarregou a população, houve um grande clima de descontentamento, sendo forte, em Carijós o movimento da Inconfidência, sendo filhos da terra o Pe. José Rodrigues da Costa e o Pe. Fajardo.

Atendendo ao pedido dos habitantes do arraial, a Rainha D. Maria I criou a Real Vila de Queluz, através de ato assinado pelo Visconde de Barbacena, na própria vila recém-criada. Autorizou-se, então, a construção de um Pelourinho, que simbolizava as liberdades municipais, como era feito na antiga Roma. O pelourinho de Queluz era encimado por um busto, de capacete à cabeça, com um sabre enfiado em seu crânio.

A 25 de junho de 1822, a Câmara da Vila Real de Queluz fez uma petição a D. Pedro, Príncipe Regente, no sentido de que mandasse instalar a Câmara de Cortes do Brasil, o que seria um importante passo no sentido da Independência. Muito persuasiva, com trechos em que os queluzianos demonstravam grande brio e coragem, pode ter ajudado a construir no espírito de D. Pedro a ideia que o levou ao grande passo de 7 de setembro de 1822.

A Lei nº 1276 elevou a Real Vila de Queluz à categoria de cidade e em 1872 foi criada a Comarca de Queluz. O nome Conselheiro Lafaiete passou a vigorar a partir de 27 de março de 1934, em homenagem a Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira, quando se comemoravam o centenário de seu nascimento.

No cenário da Segunda Guerra Mundial, Conselheiro Lafaiete esteve presente com 63 de seus filhos que atuaram heroicamente nos campos de batalha, conquistando brilhantes vitórias.

Nesta pintura de J. P. Brito aparece, logo abaixo da Serra do Ouro Branco, a jazida de manganês do Morro da Mina, considerada na época, década de 40, a maior do mundo na extração daquele minério, tendo sido a única jazida do Ocidente, a fornecê-lo ao esforço de guerra aliado durante a Segunda Guerra Mundial.

Em vários outros momentos importantes da vida do país, Conselheiro Lafaiete esteve presente com a participação e o valor de seus filhos.

Todo esse passado rico de fatos importantes na vida econômica, política, social, cultural e religiosa de Minas Gerais e do Brasil, chega até nós não apenas pelas narração e documentação históricas e tradição oral, como também através de sítios históricos que testemunharam tais fatos e hoje são sugestivas amostras dos tempos que decorreram no período de mais de trezentos anos de história.

Revolução de 1842

Em 1842, Queluz foi o teatro da mais notável vitória obtida pelas forças liberais de 1842. Estava Queluz em poder das forças legalistas, sob o comando do brigadeiro Manoel Alves de Toledo Ribas: eram quatro batalhões, vários contingentes de outros corpos, além de cavalaria e artilharia, num total de 1300 homens. Os rebeldes, depois de longas discussões deliberaram tomar a vila, o comandante de Alvarenga, postou-se na saída para Barbacena; noutra saída ficou a coluna do capitão Marciano, restando desguarnecida, por falta de gente, uma outra saída.

Ao amanhecer do dia 26, os rebeldes de Galvão infligiram ataque sobre os legalistas, entrou em cena, a coluna de Alvarenga, enquanto o Capitão Marciano os atacou pela retaguarda, os legalistas foram recuados até a Matriz. Completamente desmoralizado para que pudesse ainda resistir e estando privado de mantimentos e absolutamente sem água da qual se achava cortado, os rebeldes contavam , que apenas amanhecesse, o inimigo se renderia a discreção. Os oficiais legalistas mais guardados conseguiram fugir durante a noite; e, ao amanhecer do dia seguinte, a tropa legalista, com lenços brancos na porta das baionetas, entregou-se com forte material de guerra.

Referência: Sítio Histórico de Conselheiro Lafaiete

Realização: Secretaria Municipal de Educação e Cultura – Departamento de Cultura – 2002

Com informações do site

http://www.institutoestradareal.com.br/cidades/conselheiro-lafaiete/38

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/conselheiro-lafaiete/historico

https://adecol.org.br/portal/

Foto de capa: Edmilson Dutra

Fotos da galeria: Site https://www.ibge.gov.br/





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Postado por Redação, no dia 19/09/2020 - 14:48


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