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Comunidade


Ensino de inglês à distância deixa de ser tendência e se consolida de forma real entre os alunos como uma opção segura



 

 

Em março de 2020, a pandemia de coronavírus atingiu oficialmente o Brasil. Escolas de inglês e instituições de ensino no geral foram fechadas por todo o país; e assim se mantêm até os dias atuais. Em alguns estados, a flexibilização já permite o acesso às salas de aula.

Porém, certos legados da quarentena devem permanecer na sociedade, como é o caso do ensino on-line do idioma, que viu um aumento da procura pelos cursos de inglês no período de isolamento social e se firmou como um mercado relevante, mesmo quando se projeta o mundo após a pandemia.

Corrida para o ensino on-line

Os movimentos iniciais das escolas físicas, ainda no começo da pandemia no Brasil, se concentraram em buscar alternativas para viabilizar o ensino on-line. O CEO da Shapp, empresa especializada na criação de plataformas de tutoria, André Alves, explicou o crescimento do mercado no período.

“No Brasil, a demanda por aplicativos de educação cresceu cerca de 130% somente em março, o primeiro mês da pandemia. Esse crescimento ficou atrás apenas da categoria de aplicativos que auxiliam o home office e videoconferência, e a frente daqueles voltados para entregas e streaming de vídeos”, explicou o empresário em entrevista ao portal ‘QueroBolsa’.

No ponto de vista das instituições de ensino, o fechamento dos espaços físicos trouxe prejuízos financeiros. Quem não pôde criar plataformas próprias para as aulas, tem a opção de utilizar softwares como o Zoom para as chamadas on-line e o Google Drive para o compartilhamento de arquivos, porém, não conta com o mesmo dinamismo de aplicativos e sites direcionados ao aprendizado do inglês.

 

Problemas da digitalização às pressas

É comum que professores acostumados com aulas dentro de sala sintam dificuldade para transmitir o conteúdo por meio da chamada digital. O on-line exige a mudança da teatralidade corporal presente em uma explicação ao vivo para a utilização completa dos recursos gráficos e visuais. O presidente da Abed (Associação Brasileira de Ensino à Distância), Frederic Litto, explica os desafios do processo.

“Não dá para repetir (de forma virtual) o ambiente da sala de aula presencial. Tem que fazer algo diferente, e esse 'diferente' pode ser enriquecedor e eficaz se for bem feito. O sucesso da aula presencial depende muito da inspiração do professor naquele dia, e a vantagem da boa aula remota é que isso não acontece, se tiver uma equipe por trás, pensando no conteúdo, no audiovisual, na avaliação a ser feita daquilo depois", explicou Frederic em entrevista à BBC Brasil.

Portanto, ‘dar aulas on-line’ não significa apenas ligar uma câmera e sair explicando de maneira igual à presencial. É preciso pensar o digital de fato, e tornar a transmissão do conteúdo mais interessante, empregando a tecnologia disponível em função do aprendizado do aluno.

Um ensino genuinamente digital

O que muita gente pode ter percebido durante a pandemia é que os cursos on-line conseguem manter a mesma excelência de ensino das opções presenciais. Todo o aparato de aulas gravadas, aplicativos e mentorias à distância oferecem o mesmo cuidado com o aprendizado do aluno; a única diferença é que se utiliza totalmente das plataformas digitais.

A English Live é exemplo de escola totalmente on-line, que oferece diferentes planos de estudos focados nas necessidades dos alunos. O interessante é que a escola não usa os meios digitais apenas como alternativa, mas sim como sua estrutura principal, já que não tem salas físicas. Dessa maneira, é possível aprender com um método totalmente adaptado às características do mundo virtual.

Os desafios do ensino on-line

A principal dificuldade das aulas digitais é manter a atenção e o interesse do aluno. O ambiente presencial cria uma ‘necessidade’ de foco, que não acontece no mundo on-line, já que dentro de casa, o indivíduo tem uma série de distrações. É justamente por conta disso que não adianta apenas fazer uma ‘live’ do conteúdo, mas sim é preciso pensar no engajamento.

Para isso, é possível utilizar recursos de imagem, como aplicativos que ensinam o idioma de maneira análoga a um game para transmitir o conteúdo. De acordo com a Revista Meio & Mensagem, cerca de 3.6 milhões de pessoas ficaram mais assíduas à programação de filmes na TV, sem contar os números nos serviços de streaming; então, porque não aproveitar o cinema para o ensino do inglês? Ou as músicas, as séries, os podcasts e tantas outras opções disponíveis na internet.

Expectativas do ensino on-line para o futuro

O country manager da English Live no Brasil, Eduardo Fernandes, explica que a procura por cursos de inglês on-line mais que doubrou, e o número de usuários ativos da escola aumentou cerca de 40%.

“O mercado brasileiro tem um potencial altíssimo, tendo em vista que 95% da população não fala um segundo idioma. E, se somarmos isso ao momento em que estamos vivendo, onde as pessoas estão cada vez mais buscando soluções de Distance Learning, sem dúvidas temos um potencial enorme de impactar e transformar a vida de milhares de pessoas”, explicou o executivo em entrevista publicada pela Revista Live Marketing.

O mercado on-line, em diferentes nichos, já cresceu durante a pandemia. Apenas em abril, o varejo pela internet teve um aumento de 209% em todo mundo comparado ao mesmo período de 2019. Em meio à necessidade, as pessoas vão criando o hábito de consumir produtos digitais, o que se estenderá para diferentes setores. Nesse sentido, os cursos de inglês pela internet trarão facilidades difíceis de serem abandonadas pós-pandemia, como o conforto de estudar em casa e a redução dos custos de transporte.

O legado para a educação

De acordo com o professor e especialista em ensino digital, Ismael Rocha, a pandemia deixará um legado para a educação como um todo, que tende a ser cada vez mais ligada ao mundo on-line.

“Temos inúmeras plataformas que permitem esse tipo de interação. Desde as mais simples, que permitem que você faça uma aula e um exercício on-line, até as mais sofisticadas. Essas ferramentas ainda não são tão fáceis de serem trabalhadas, porque a grande maioria dos professores não é nativa digital, o que gera certa dificuldade para que o processo todo aconteça de maneira tranquila. Os professores estavam acostumados a ensinar, agora eles terão que aprender para ensinar. Certamente, os professores conseguirão dominar essas ferramentas para colocá-las em prática e permitir que o ensino híbrido se torne cada vez mais uma realidade”, disse Rocha em entrevista à Agência Brasil.

 




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Postado por Redação, no dia 24/08/2020 - 14:07


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