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Lafaiete tem mais de 72 mil pessoas com o nome inscrito no SPC



 

Dados da CDL-CL fornecidos com exclusividade ao Jornal CORREIO apontam para uma realidade preocupante: até o fim do primeiro semestre deste ano, 72.414 lafaietenses estavam com o nome inscrito no SPC Brasil. A considerar uma população de 128.589 habitantes (IBGE 2019) e aproximadamente 86 mil adultos, isso representa nada menos que 56% da população da cidade total e 84% das pessoas com idade acima de 18 anos. Desse total, 4.907 pessoas entraram na lista este ano, entre janeiro e junho, um crescimento de 6,8%.

Entre as dívidas mais comuns estão as relacionadas a bancos, financeiras, cartões de crédito, varejo em geral, internet e comércio de prestação de serviços e a justificativa, mais uma vez, é o alto índice de desemprego, intensificado pela crise financeira gerada pela pandemia de Covid-19. “Desde o início da pandemia, o período de hibernação de inclusão no SPC saiu de 13 dias para 45. Então, nos primeiros 45 dias desse período, os números diminuíram, mas, posteriormente, aumentaram consideravelmente”, analisa o presidente da CDL-CL, Edvaldo José Thereza.

Na capital mineira, a situação não foi diferente e o 1º semestre também foi encerrado com o número de inadimplentes em expansão. É o que mostra a edição de junho da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Fecomércio MG. De acordo com a análise, a quantidade de famílias com contas atrasadas na capital mineira cresceu 1,9 pontos percentuais (p.p.), atingindo 41,1% em junho. Seguindo a mesma trajetória, o número de famílias endividadas voltou a crescer na cidade, alcançando 80,2%, o resultado mais elevado desde 2018. Elaborada pela Fecomércio MG, a Peic é produzida mensalmente com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito continua como a opção mais utilizada pelos consumidores, apesar da queda de 3,5 p.p. Em junho, 81% dos consumidores fizeram dívidas nessa modalidade. Ele vem seguido por carnês (18,5%), crédito pessoal (13,6%), financiamento de veículos (10,5%), crédito consignado (7,9%) e o cheque especial (7,8%). Os percentuais são ainda mais elevados nas famílias com renda superior a 10 salários mínimos: cartão de crédito (94,6%), financiamento de veículos (20,2%), crédito pessoal (14,5%), financiamento imobiliário (13,2%), cheque especial (11,2%) e carnês (10,7%).

A pesquisa da Federação mensurou, também, o percentual de consumidores que afirmaram não ter condições de quitar as dívidas. Pelo quarto mês seguido, esse indicador avançou, assumindo o valor de 19,4%, em junho. “Esse movimento é explicado pela queda na renda do consumidor, já que muitos postos de trabalho foram encerrados nos últimos meses”, analisa Almeida. Segundo o eco­nomista-chefe da Federação, diante dessa situação, é fundamental que as famílias renegociem as suas dívidas, para que, assim, consigam manter poder de compra.

Impacto da pandemia

Em todo o Brasil, a falta de pagamento de contas motivada pelo desemprego cresceu 12 vezes (1.123,59%) na quarentena, segundo aponta levantamento feito pela Deep Center, empresa de gestão da informação, análise de dados e inteligência artificial. A empresa analisou uma média de 883.520 chamadas atendidas por credores ao dia em operações de cobrança de três grandes instituições financeiras entre 17 e 31 de maio. Ainda de acordo com o estudo, a justificativa de descontrole financeiro subiu 19,6% no período, enquanto outros motivos corriqueiros mostraram queda, como aguardo de recursos de terceiros (-18%), endividamento com terceiros (-16,52%) e atraso de salário (-4,34%). A falta de pagamento por motivo de doenças se manteve estável.

Com o número recorde de demissões durante a pandemia, a taxa de desemprego no país foi de 12,9% no trimestre móvel encerrado em maio, acima dos 11,6% registrados nos três meses anteriores, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No período, o país fechou 7,8 milhões postos de trabalho. O número de desempregados — pessoas que procuraram emprego, sem conseguir — somou 12,71 milhões de março a maio.

O desemprego não cresceu ainda mais porque parte da população que perdeu a ocupação decidiu não procurar emprego, diante da dificuldade de circulação pelas grandes cidades e a falta de oportunidades. A população fora da força de trabalho — pessoas desempregadas e que não buscavam trabalho — cresceu 13,7% frente ao trimestre até fevereiro, alta de 9 milhões por essa comparação.

Limpando o nome

Para garantir o crédito, a orientação dada por Edvaldo José Thereza é buscar a negociação das dívidas: “Procure a CDL-CL ou direto à empresa para negociar suas dívidas. A CDL Conselheiro Lafaiete possui vários serviços para apoio ao comércio e orientação aos consumidores para se tornarem adimplentes e recuperarem o crédito. O horário de atendimento vai das 8h às 18h e a nossa orientação é que todos a utilizem máscaras e álcool gel”, conclui o presidente da CDL-CL.




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Postado por Redação, no dia 22/08/2020 - 16:02


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