Nesta segunda-feira, dia 22 de junho, a Polícia Civil indiciou a advogada lafaietense Paula Maria Roque, de 42 anos, pelo crime de apropriação indébita no exercício profissional. Chegou ao conhecimento da Polícia Civil que a advogada estaria se apropriando de valores que seriam devidos aos seus clientes, em virtude de sucesso em demandas judiciais.
Após o início das investigações, foram apurados pelo menos cinco casos em que as vítimas teriam contratado os serviços de Paula Roque, e apesar de saírem vitoriosos nas ações judiciais, não receberam os valores devidos, ou sequer foram comunicados de que tinham vencido o processo. “As vitórias nas demandas processuais eram escondidas dos clientes pela advogada, que levantava os alvarás judiciais em sua conta (recebia o dinheiro das indenizações) e não repassava os valores aos clientes”, explica o delegado responsável pelo caso, Daniel Gomes.
Também segundo o delegado, em uma das demandas, Paula Roque levantou um alvará no valor de R$ 814.317,80 e não repassou qualquer valor aos seus clientes. “Caberia à advogada 20% desse montante [R$162.863,56], como pagamento dos seus honorários. Os 80% restantes [R$798.096,33] deveriam ter sido repassados aos seus clientes, mas não foram. Tratava-se de um casal de idosos que reclamava indenização por morte de um de seus filhos”.
Ainda em 2003, outra vítima, também idosa, fez o pagamento de R$ 10 mil em honorários para que a advogada recebesse um precatório do estado de Minas Gerais. Somente no ano de 2018 a vítima tomou conhecimento de que a advogada já havia recebido, em 2011, o valor de R$ 43.654,50 referente ao processo, sem repassar nenhum valor ou informação à vítima por 7 anos.
Foram apurados, ainda, mais dois casos semelhantes, causando às vítimas prejuízos de aproximadamente R$ 130 mil. Somente com os casos de conhecimento da Polícia Civil a advogada conseguiu se apoderar de quase R$ 1 milhão de seus clientes, mas o delegado não descarta a possibilidade de haver um número muito maior de vítimas, pois a advogada exerce a profissão há mais de 19 anos e não está limitada apenas em Lafaiete.
Em depoimento na delegacia, a advogada confessou ter realmente se apropriado dos valores e ter gasto todo o dinheiro com reformas em sua casa, viagens, compras e despesas da vida luxuosa que levava. A Justiça determinou o bloqueio de seus bens, suspensão do direito de advogar e a quebra do sigilo bancário. As investigações prosseguem para apuração de possíveis novas vítimas e localização dos valores apropriados.
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Postado por Redação, no dia 22/06/2020 - 16:25