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Quarentena traz novos desafios para diferentes gerações de lafaietenses




Se você é do tipo que se pergunta sobre o real sentido das coisas, já deve ter se questionado: afinal, por que estamos passando por isso tudo? O medo da morte, o isolamento, a imposição de desacelerar em um mundo todo pensado para ser ágil - praticamente instantâneo, nos chegam de repente. E claro, não estávamos preparados para isso. Acostumada com uma rotina puxada e cheia de responsabilidades, a advogada e administradora de empresas Rosana Nery é uma das pessoas que busca se acostumar com uma vida totalmente fora do habitual: “Estamos aprendendo a lidar com esta situação nova da forma mais equilibrada possível. Aqui em casa, meu filho está trabalhando normalmente e fico ocupada com os afazeres domésticos quase todo o tempo. Meus familiares, cada qual em sua casa, também estão seguindo as recomendações sanitárias. Trocamos vídeos e mensagens por WhatsApp”, conta.

Às saídas de casa são raras e podem ser contadas na ponta dos dedos: 2 vezes para vacinar e 3 para ir ao médico. E em todas elas, um ritual se repete: o uso de máscaras, álcool em gel e os devidos cuidados com as roupas e calçados quando se chega em casa. Mas não é só a saúde física que merece cuidados: “Adotei algumas regras cotidianas para seguir. Às vezes, não consigo, mas também não fico me cobrando a perfeição neste momento. Durante a manhã e até o almoço, cuido da casa, da alimentação e dou uma olhada nas mensagens. À tarde, eu me permito um cochilo e um café gostoso. A cada dia procuro uma atividade diferente: leio, rezo, assisto lives, faço uma meditação relaxante e, por fim, já está na hora das novelas. Não assisto jornais nem me informo através de sites que não sejam confiáveis. Antes de dormir, um banho quentinho e um chá calmante”, detalha.

E com tempo prazeres há muito relegados ao segundo plano, há sempre espaço para a reflexão: “É um momento totalmente diferente para a minha geração. Acredito que recuperamos nossa capacidade de análise, observação e crítica do que temos feito com o nosso tempo e também pelo nosso próximo. Racionalmente, vejo a doença como um vírus de laboratório que ainda vai render muita pesquisa e só a história nos dirá a verdade. Espiritualmente, vejo como um momento de pausa para reflexão do homem e suas atitudes tanto com o próximo, consigo mesmo e com o planeta. É um momento único de perceber o real sentido do amor que Deus nos ensinou”, pontua.

Com a sabedoria de quem não subestima o que não conhece, a administradora confia que a si­tuação será superada: “Temos exemplos mundiais [que mostram a gravidade da situação]. Mas, se cada um fizer a sua parte com responsabilidade, vamos passar por esta fase difícil e sairemos mais fortes e conscientes do nosso papel como família e cidadãos. Ainda não temos a vacina, mas temos a fé de que tudo passa e esta guerra também vai passar. Que todos lutem com as ar­mas que têm, porque não estamos no mesmo barco e o mar tem tubarões”, conclui Rosanna Ne­ry.

Franqueada do CCAA Lafaiete, a empresária Karina Guimarães Machado também desacelerou, mas ainda precisa sair de casa todos os dias. Com isso, o medo acaba sendo uma companhia constante: “Eu e minha família estamos nos cuidando dentro do possível; todos diminuíram as atividades. Mas é muito difícil: todo o lugar em que chegamos, principalmente se for pequeno, nos dá uma sensação de insegurança e medo. Mas estamos seguindo a vida da melhor forma possível. Procuramos nos cuidar, só sair de casa se necessário e dar atenção aos idosos, pois eles precisam muito da gente neste momento, e manter a cabeça no lugar”, conta.

O tempo extra tem sido usado para fazer coisas que normalmente não tem tempo, como ficar mais perto dos seus pais e organizar coisas em casa. “Esse vírus parece que veio para frear o mundo. Vivíamos um momento em que não se tem tempo para o que é realmente importante. Acho que devemos repensar os nossos valores”, avalia a empresária, que vê com preocupação as mudanças que surgirão em um mundo pós-pandemia: “Acredito muito que vamos vencer sim [essa guerra contra a Covid-19], mas tenho medo do que esse vírus pode nos trazer no futuro em relação à qualidade de nossas vidas”, finaliza Karina Guimarães Machado.




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Postado por Redação, no dia 07/06/2020 - 20:44


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