Após decisão da prefeitura de Lafaiete de fechar o comércio, empresários precisaram utilizar a criatividade para continuar as vendas. Restaurantes, supermercados e lojas de calçados estão apostando em vendas online com delivery para proteger funcionários e clientes da possibilidade de contágio do novo coronavírus. O inimigo, além do vírus, são as fake news que levaram milhares de pessoas às ruas comprando produtos em grandes quantidades com medo da falta de abastecimento.
O supermercado Azevedo disponibilizou a possibilidade de o cliente enviar a lista de compras pelo e-mail e receber o pedido em casa. De acordo com o gerente Marcos Rezende, a medida foi adotada imediatamente no início da quarentena. Para os clientes que preferem comprar nas lojas, há um limite na quantidade de pessoas por vez, que recebem álcool em gel na entrada, fora a higienização do carrinho de compras, tudo de acordo com instruções da vigilância sanitária. “Parece simples, mas serviços dessa natureza são complexos. Demandam planejamento minucioso para funcionar corretamente. Fomos pegos de surpresa e precisávamos de uma solução imediata. A ideia partiu de alguns colaboradores da empresa e foi prontamente colocada em prática. Muitos clientes já nos perguntam se iremos continuar com o serviço. A resposta é sim. Mas no momento temos que pensar primeiro na saúde das pessoas”, afirma.
O sentimento geral é de medo e insegurança. Marcos relata que no início da pandemia muitas pessoas lotavam o supermercado para comprar álcool em gel e outros produtos, o que fez com que algumas mercadorias esgotassem. “As pessoas precisam prestar mais atenção no que dizem os médicos e autoridades de saúde em momentos como este. O momento é de união pelo bem de todos. O ponto positivo é que a sociedade entendeu rapidamente a gravidade da situação e está fazendo sua parte”, relata.
A medida alternativa encontrada para continuar as vendas tem agradado a população e se mostrado bastante eficaz. As lojas Tigresa, do setor de calçados, está atendendo com entregas em Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco. De acordo com Péricles Bartholomeu, os clientes estão muito satisfeitos com a comodidade: “As empresas precisam estar preparadas e neste momento a busca de alternativas e criatividade é fundamental e muito positiva. Nossa empresa, já dispunha de sua plataforma de comércio digital, o que hoje favorece a que continue atuando, mesmo com as suas lojas físicas fechadas”.
Para Perinho, neste momento a busca de alternativas e a criatividade são fundamentais
Com o decreto de quarentena, restaurantes e bares tiveram seu funcionamento restrito. A solução encontrada por muitos foi se render ao online. O Bistrô Capuleto, que antes não trabalhava com entregas, aderiu ao delivery para manter o estabelecimento funcionando. O chef André Cancela relata que os clientes apoiaram totalmente a ideia e que o serviço continua com a mesma qualidade de sempre: “Entendemos que agora é hora de isolarmos o contato social para não alastrar o vírus. Em balanço diário feito essa semana, notamos que a clientela até aumentou, quem nunca teve oportunidade de ir até ao Bistrô pessoalmente, está se deliciando do nosso sabor em casa. E é o melhor que estamos fazendo. Cliente em casa, sendo bem servido e se protegendo”.
O que pensam os empresários sobre o fechamento do comércio
Outro ponto que tem sido muito discutido desde que o país começou a enfrentar esta crise devido ao novo coronavírus é o fechamento do comércio. De um lado, estão as pessoas que concordam com a medida, pois essa seria a melhor forma de evitar a propagação da doença. Do outro lado, está há população que está preocupada com a economia e o possível aumento do desemprego.
Marcos Rezende de Azevedo se mostrou preocupado com a economia, mas acredita que é possível minimizar os danos: “O momento econômico do país já não estava bom e muitas empresas tinham dificuldade em honrar seus compromissos. O desemprego cessava muito lentamente. Esta crise sanitária agravou muito a situação e todos irão sofrer as consequências. Será preciso muita compreensão de todos os envolvidos na atividade econômica - fornecedores, comerciantes, clientes, colaboradores, locadores de imóveis, etc - para que os danos sejam amenizados. O momento é de união pelo bem de todos. O ponto positivo é que a sociedade entendeu rapidamente a gravidade da situação e está fazendo sua parte”.
Péricles D’Avila Bartholomeu acredita que o pânico pode trazer consequências graves: “Infelizmente não temos a certeza sobre os números exatos do COVID-19 e qual os riscos reais, bem como a capacidade do nosso sistema de saúde regional para atendimento aos pacientes que apresentarem-se sintomáticos e necessitarem de internação. Por outro lado, sabemos dos riscos de um colapso na economia, o que certamente causará um caos social, levando a população à miséria, podendo causar ainda mais mortes do que a própria pandemia”.
Já o chef André Cancela é a favor do fechamento: “Antes mesmo dos pronunciamentos de que os restaurantes deveriam ser fechados, nós já não estávamos abrindo, em respeito aos clientes e aos funcionários. Entendemos que agora é hora de isolarmos o contato social para não alastrar o vírus. Ninguém queria que a ordem para fechamento do comércio tivesse acontecido, mas agora é hora de inovações para conseguirmos manter o estabelecimento até tudo voltar ao normal, pontua.
Chef André Cancela afirma que, no Capuleto, sempre estão inovando
Confira como está o funcionamento de algumas lojas neste período
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Postado por Redação, no dia 29/03/2020 - 10:42
