Depois de meses conturbados, a família de João Miguel Leroy recebeu uma boa notícia. O Hospital Universitário de Juiz de Fora aceitou administrar o tratamento da criança, diagnosticada, desde os primeiros dias de vida, com amiotrofia muscular espinhal tipo 1 (AME), uma doença degenerativa grave. De acordo com advogada Vanessa Reis, todos os exames necessários já foram feitos. A família só aguarda a marcação da data, que será feita pelo médico responsável. A família conseguiu, na Justiça, uma decisão em caráter liminar para que o estado e União arquem com os custos da medicação. A ação que pediu a compra do medicamento foi feita em novembro de 2018 e a causa foi vencida em 14 de maio. Desde então, a família estava em busca de um médico e hospital que aceitassem realizar o procedimento.
Ainda de acordo com a advogada da família, com a liminar foi possível comprar as três primeiras doses, chamadas doses de ataque contra o avanço da doença. Cada uma delas custou R$ 341 mil. O início do tratamento terá três doses com 14 dias de diferença entre elas. A quarta dose será aplicada 30 dias após a terceira e a partir da quinta dose, a aplicação deve ser feita a cada quatro meses. Cada aplicação tem que ser feita em um bloco cirúrgico de hospital, com uma punção da região lombar, o que demanda internação da criança. João Miguel demanda cuidados especializados. Ele se alimenta por sonda e não anda. Quando sua mãe, Karine Rodrigues, não está com ele, uma enfermeira fica com a criança.
Prisão do pai
Desde que a decisão da Justiça garantiu – mesmo que de forma liminar - o tratamento de João Miguel, sua família interrompeu a campanha que realizava buscando levantar fundos para o seu tratamento. Até aquele momento, já tinham sido arrecadados mais de R$1milhão. Mas o caso acabou tomando contornos inesperados quando o pai da criança, Mateus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, foi preso na Bahia, em 22 de julho deste ano, depois de ser denunciado pela própria esposa. Mateus estava em Salvador e é investigado por usar, pelo menos, R$ 600 mil do dinheiro arrecadado na campanha com viagens, perfumes caros, relógios e roupas de marca.
Uma reportagem especial do Fantástico revelou que Mateus, segundo ligações telefônicas gravadas pela polícia, pode também estar envolvido em um esquema de agenciamento de garotas de programa. De acordo com o delegado Daniel Gomes, que participou das investigações e prisão do acusado, Mateus estava com porções de maconha. O delegado disse que ele alegou ter gastado R$ 300 mil e os outros R$ 300 mil foram usados em uma extorsão que ele estaria sofrendo. Mateus Leroy Alves permanece no Presídio de Conselheiro Lafaiete.
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Postado por Redação, no dia 12/09/2019 - 11:14