Há 25 anos, mães e parentes de diabéticos se uniram para fundar a Associação de Diabéticos de Conselheiro Lafaiete (Assodilafa). Desde então, tornou uma rede de apoio que chega onde o poder público não está. Oferece, gratuitamente, atendimento em psicanálise, psicologia, nutrição, acupuntura, podologia, enfermagem, orientação de mães e endocrinologia. Mas o que muita gente não sabe é que essa estrutura, que atende entre 200 e 300 pessoas todos os meses, é formada, em quase sua totalidade, por voluntários: “Exceto o endocrinologista, que é pago pelo SUS, todos os demais atendem voluntariamente, não recebem ajuda nem mesmo para o transporte. São sete profissionais que tem o compromisso de abrir e fechar o local, mantê-lo limpo, marcar consultas, entre outras coisas. Ainda há uma rede de profissionais que colabora, atuando em seus consultórios, por exemplo”, detalha a presidente da entidade, a podóloga e graduanda em enfermagem Juliana Souza Pinto Pereira.
Mas quem vê essa linda história de dedicação total ao próximo sequer imagina as dificuldades que a entidade enfrenta todos os dias. Sem ajuda governamental, a Assodilafa faz verdadeiros malabarismos para manter suas portas abertas e cobrir os gastos essenciais, como o aluguel. É um desafio a ser vencido a cada mês: “Não temos contribuição financeira do poder público. Temos algumas de inciativa privada. A Unimed, há muitos anos, dedica um valor entre R$ 300 e R$ 400, que juntamos para o aluguel. Para arrecadar verba, fazemos bingos e rifas. Os Andarilhos Queluzianos fazem uma campanha anual e nos ajudam com materiais de consumo. Já os grupos da maçonaria nos ajudam pagando água e luz. Mesmo tendo essas doações, passamos por dificuldades. Todo mês, no dia do aluguel, as pessoas se juntam e completam do próprio bolso”, relata.
Apesar de passar por dificuldades, a entidade está sempre de portas abertas para ajudar: “Os Andarilhos nos doam fitas para teste. Então, todos que nos procuram são atendidos. Uma vez por ano, fazemos testes de glicemia na praça, com apoio da prefeitura”, explica. As parcerias também viabilizam importantes ações: “A Hidrosolar sempre disponibiliza espaço e palestra para a gente. E quando o paciente não pode pagar, atende com desconto ou até gratuitamente. E ainda tem o mutirão do fundo de olho, feito pelo oftalmologista Roberto Penido. Uma vez por ano, faz o mutirão, atendendo mais de 400 pessoas em um dia. E quando detecta algum problema na retina, atende em seu consultório com desconto”, lista.
No entanto, ainda há muito por fazer. De acordo com a presidente da entidade, a maior dificuldade está em dar continuidade aos tratamentos: “Às vezes, identifico um paciente com problema de circulação, que precisa fazer um duplex scan e de um angiologista, mas é difícil conseguir o atendimento pelo SUS e há problemas que não podem esperar. Precisaremos de mais profissionais e de ajuda financeira para ter tudo funcionando. Precisamos de uma sede, porque o aluguel é muito oneroso. Nosso projeto é ter uma clínica grande, com todos os profissionais que o diabético precisa. E queremos fazer isso com a ajuda de doadores”, acrescenta Juliana Pereira. Para buscar atendimento na Assodilafa, basta levar duas fotos 3x4 e o resultado da tipagem sanguínea.
Como ajudar
Sabe aquela frase tão usada “toda ajuda é bem-vinda”? Na Assodilafa ela é a realidade: “Em termos de insumos, precisamos de tudo: algodão, luva, copo descartável, pó de café, adoçante, papel higiênico, folha de papel A4, toner de impressora, manutenção de computadores e mais voluntários. Para quem quer ajudar, o primeiro passo é conhecer nosso trabalho, ver como a gente atende e como nos ajudar. Por exemplo: se você é administrador e puder vir nos ensinar como administrar é bem-vindo. Se é uma dona de casa e pode vir ajudar, venha. Não é só material. Toda ajuda é realmente bem-vinda. Quanto aos insumos, a gente pede que pessoa ligue para saber o que precisamos naquele mês e aí informamos o que é mais urgente”, orienta.
Enfermeira voluntária há 2 anos, Ariadne Morais da Luz se sente grata em ajudar: “Quero agradecer a oportunidade que o Jornal CORREIO está nos dando. É importante que toda a sociedade saiba a importância da Assodilafa e abrace a associação”, afirma. Aposentado e voluntário há 7 anos, Carlos da Silva Santos conheceu a Assodilafa quando se tratava da doença, diagnosticada há 38 anos. “Eu vinha buscar meus remédios aqui e sempre fui muito bem acolhido. Depois que aposentei, resolvi estender a mão para eles que tanto já ajudaram. Eles ajudam os pacientes e seus pais também, como muita informação. Acho que paciente e família deveriam vir mais aqui, porque a orientação ajuda a controlar o diabetes”, conta.
Serviço
Assodilafa
Telefone: 3721-3041
Facebook: Assodilafa dos Diabéticos
Endereço: rua Carijós,
640, próximo ao Asilo
Funcionamento: de segunda a quinta,
das 13h às 17h. Sexta, das 13h às 16h.
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Postado por Redação, no dia 22/08/2019 - 09:25